Georgina, 20 anos, veio de Girona, em Espanha, e aos sete anos já participava em campeonatos de karting. Hoje, é das poucas mulheres que faz parte da equipa de mecânicos do circuito de moto de Espanha. “Somos só seis”, conta ao Observador. Está com um top — talvez biquíni — de fundo invulgar: é preto e mostra-nos pequenos dinossauros. “Não sei porquê, mas sempre gostei de dinossauros. Talvez porque puxam pela imaginação, pela criatividade”, diz. Sérgi, o seu namorado, partilha do mesmo gosto por esta espécie de outros tempos, conta-nos. Mas hoje não vieram a coincidir — ele optou pelos padrões abstratos. Não é que não saltem à vista. O roxo é o tom predominante: está nos calções da Adidas, na badana e na camisa.

Georgina e Sérgi, o casal que adora dinossauros

Estamos no primeiro dia do NOS Alive. A 6 de junho, o festival, hibernado desde 2019, regressa ao Passeio Marítimo de Algés e cumpre com as previsões: há cores, padrões e brilhos. Não sentimos dificuldade em eleger a peça que marca o street style no dia que dá início aos concertos: amarelas, verdes, roxas, com temas florais, padrões abstratos ou frutos, é como se as camisas divertidas fossem uma espécie de dress code tácito. Philip respeitou a regra e foi ainda mais longe — ele e os amigos vieram todos de igual. Não estão numa despedida de solteiro, confirma-nos. Mas estão aqui quase ao acaso: “Pesquisamos por festivais na Europa e encontramos o NOS Alive”.

Os quatro amigos da Bélgica que vieram com bananas em fundo cor de rosa

Stephanie e Jack percorreram ainda mais quilómetros. São  americanos. Ela está de viagem há alguns meses, ele veio diretamente de Seattle. Vieram parar ao Passeio Marítimo de Algés porque ouviram dizer, num bar em Alfama, que a programação do festival incluía The Strokes, cabeças de cartaz no primeiro dia. “Somos músicos. A nossa banda é os No Nos. Tocamos um tema deles.”

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A dupla de músicos americanos que vieram para ver The Strokes

O verão chegou a tempo desta rentrée e, por isso, os óculos de sol — retangulares ou com lentes em forma de coração — são o segundo acessório mais predominante. Álvaro, outro espanhol, desta vez de Alicante, também veio para ouvir The Strokes e tem uns óculos com uma armação azul clara. Reconhecemos no segundo em que olhamos para ele: no sábado passado, estavam expostos numa banca da Feira da Ladra, em Lisboa. Confirma, são mesmo esses.

O casal espanhol passou pela Feira da Ladra — e de lá trouxeram estes óculos azuis

Por esta altura, poderá estar a questionar-se: onde andam os portugueses? Também estão por cá. Bárbara Inês, fundadora da Two Zero, está com o namorado, Ricardo Branco. Ele está com uma camisa em tons roxos dessa marca. Já ela, optou por um vestido de crochet. “Associo sempre crochet a verão e a festivais. Tinha de usar esta tendência”.

Ricardo Branco e Bárbara Inês optaram pelo estilo Boho para o primeiro dia do NOS Alive

Falta ainda falar no brilho. Junto aos olhos ou no peito, estão por todo o lado. Tanto assim é que, à porta do recinto, há quem venda embalagens de glitter, conta-nos Clara. Tem vestida uma camisa com melancias, que, secretamente (bom, já não) tirou à irmã. “É vintage.”

Percorra a fotogaleria para ver o melhor do streetsyle no primeiro dia do NOS Alive 2022.