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Foi tudo muito rápido. |
Às 19h55 de terça-feira passada, minutos depois de olhar para agenda desta sexta-feira, o Pedro Jorge Castro, diretor-adjunto do Observador, mandou esta mensagem para o grupo que junta o resto da direção: |
“Vai ser uma tarde épica. Temos de pensar na maneira mais espectacular de fazer isto.” |
A tarde “épica” de que o Pedro falava incluía a audição da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, ainda no rescaldo da fuga de Vale de Judeus; a audição da ex-ministra da Saúde, Marta Temido, sobre o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital Santa Maria; e o primeiro encontro entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para negociar o Orçamento do Estado do próximo ano. Tudo acontecimentos que, na Rádio Observador, gostamos de acompanhar em direto, com comentário e análise, e que, naturalmente, nos obrigam a sair da programação habitual. |
O que o Pedro Jorge Castro não imaginava nesta altura era que esta sexta-feira também seria o dia em que Marcelo Rebelo de Sousa ia anunciar o nome do novo Procurador-Geral da República, depois de uma reunião com o primeiro-ministro; e que a manhã ia começar com uma nova sessão de julgamento da Operação Vórtex, que continua a ouvir o empresário Francisco Pessegueiro contar de que forma dois ex-autarcas de Espinho lhe pediam dinheiro, alegadamente, para garantir a aprovação de projetos na câmara. |
Às 20h11, apenas 16 minutos depois da mensagem inicial, o Pedro já tinha um primeiro esboço de alinhamento para adaptar a emissão, com horas e tudo. E queria muito falar sobre ele: “Não estou a sentir o vosso entusiasmo. Vocês estão bem?”, escreveu com graça (e um emoji de anjinho), um minuto depois. |
O plano foi, entretanto, refinado, detalhado, alterado e fechado até chegar esta sexta-feira, em que rompemos a grelha habitual, criámos edições especiais de alguns dos nossos programas, tivemos jornalistas em direto e em reportagem em todos os sítios onde era preciso estar e convidámos protagonistas e comentadores para ir analisando o que estava a ser dito e feito a cada momento. |
No fundo, foram três emissões especiais (ou quatro, contando com o anúncio do PGR) interligadas na mesma tarde, com o Ricardo Conceição, subdiretor do Observador, a dirigir uma enorme equipa no ar, entre a redação, a produção, a sonoplastia, o estúdio e o terreno. |
Todos eles foram comunicando através de um grupo de Whatsapp com 16 pessoas. Daqueles grupos que, cumprida a tarefa, hão-de ficar largados no arquivo do telemóvel, até que alguém se lembre de os ir apagar. Às 19h44, já os partidos tinham reagido, as audições tinham acabado e primeiro-ministro e líder da oposição tinham discursado, a última mensagem é do Pedro Jorge Castro (quem mais?): “Foi uma óptima emissão e um luxo ouvir-vos. Parabéns a todos!” |
Aqui nem era preciso contracena: tem toda a razão. |
Um podcast que teve direito a um “especial favor” |
Quando começou a trabalhar no nosso próximo Podcast Plus, a Ana Sanlez, editora-adjunta de Economia, já sabia que a vida de Vera Lagoa tinha sido tudo menos simples, monótona ou cinzenta. E isso ficou ainda mais claro quando teve acesso ao espólio pessoal da jornalista: 18 dossiês de correspondência recebida, três dossiês de crónicas e recortes de imprensa, dois álbuns de fotografias e 24 cadernos com os diários do pai, que há um ano e meio foram entregues pela família ao Arquivo Municipal de Lisboa para serem tratados. O que significa que estão, neste momento, inacessíveis. |
Foi preciso que a nora de Vera Lagoa intercedesse pelo Observador e “por especial favor” conseguisse autorização para três dias de consulta aos documentos no Arquivo, devidamente supervisionada por um técnico da autarquia. |
Valeu a pena: além de Maria João Câmara, que escreveu a biografia de Vera Lagoa, e agora dos técnicos do Arquivo Municipal, ninguém mais deu atenção àqueles documentos históricos desde que Vera Lagoa morreu. E, diz a Ana, há ali “muita coisa incrível” que nem coube no podcast, sobretudo na parte da correspondência: postais que Beatriz Costa lhe mandava, cartões de Ary dos Santos, dezenas de cartas com insultos, um cartão do General Spínola e até uma carta de Pedro Caldeira, protagonista de “O Encantador de Ricos”. |
Além de consultar esses documentos, a Ana Sanlez fez outras pesquisas e entrevistou familiares, amigos e pessoas que conheceram bem a protagonista. O resultado é “A Grande Provocadora”, um podcast para ouvir em cinco episódios que conta a história da mulher mais temida pelos poderosos de todos os regimes, que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. A série é narrada pelo ator José Mata, tem banda sonora original de Moullinex e estreia na próxima terça-feira. Para perceber o que aí vem, ouça aqui o trailer. |
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Podcasts
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O novo Podcast Plus é sobre Vera Lagoa, a mulher mais temida pelos poderosos de todos os regimes. Afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país.
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