A cidade de Lisboa recebe este mês a 2ª Conferência dos Oceanos. Finalmente! A data tão aguardada, acabou por chegar.

Inúmeras razões justificam a relevância desta conferência, como a subida da temperatura e do nível médio dos mares, a acidificação nestes devido a grande parte dos gases de CO2 emitidos para a atmosfera serem absorvidos pelos oceanos ou até mesmo as pescas excessivas. Ou seja, tendo em atenção a dimensão da vida marinha e da sua importância para o planeta, a comunidade internacional percebeu que o mundo está perante uma crise sem precedentes no meio-ambiente e que é fundamental agir em conformidade com a sustentabilidade ambiental.

Neste sentido, na Conferência serão debatidos temas onde se apresentarão soluções que se querem exequíveis, de forma a atenuar o impacto criado pela industrialização massiva; deseja-se colocar em prática iniciativas focadas na ação climática e oceânica, capazes de assumir a missão de descarbonizar a economia global e de enaltecer o papel crucial da bioeconomia. Desta forma, poderemos perceber que estamos perante um capital de uma importância superlativa, o capital natural.

Sendo líder na agenda internacional dos Oceanos e considerando o compromisso português em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda de 2030 das Nações Unidas, entre os quais se encontra a proteção da vida marinha e ação climática, Portugal terá a oportunidade de destacar-se a nível mundial pelo multilateralismo.

Portanto, será através da ciência, biodiversidade e do próprio conhecimento dos Oceanos que Lisboa colocará o tema dos mares como prioridade na sua agenda.

Assim sendo, o Estado português tem vindo a acompanhar esta célebre evolução. Para além de ser dos países europeus que mais tem reduzido as emissões de CO2, de um ponto de vista estratégico, económico e político, Portugal vê o mar como um dos seus principais ativos.

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Mais do que as praias, a gastronomia e os desportos náuticos, sendo responsável por 5 milhões de quilómetros quadrados do Oceano Atlântico, situado no centro das rotas comerciais marítimas do Hemisfério Ocidental e tendo das maiores fontes hidrotermais a nível global, o país terá exigentes desafios pela frente.

Assumindo que o mar português tem a maior biodiversidade marítima da Europa e que a biodiversidade é um forte componente do capital natural, poderemos presumir que existe um potencial enorme para promover a bioeconomia a partir da biotecnologia. E, seguindo o raciocínio do Dr. Tiago Pitta e Cunha, isso será uma mais-valia na conceção de produtos manufaturados em setores como o da indústria e investigação farmacêutica ou nutracêutica de modo a contribuir para o crescimento da economia portuguesa.

É verdade que as expetativas são altas, mas o compromisso de todos os participantes também. Será um momento primordial tanto para Portugal como para o sistema internacional nesta nova Era em que o ambiente vai ter de contar.