Numa época em que temos observado uma crescente polarização política, os rótulos são lançados sem cerimónia, muitas vezes sem verdadeiro entendimento das suas implicações. Entre esses rótulos, um dos mais frequentemente utilizados pela esquerda para desacreditar vozes conservadoras é o termo “fascista”. Carregada de um legado histórico sombrio, esta palavra é frequentemente usada para silenciar e demonizar aqueles que defendem valores tradicionais.

É hora de esclarecer: ser conservador não é ser fascista. O conservadorismo, no seu cerne, trata da preservação de valores tradicionais, da valorização da vida e da família, do patriotismo e da confiança em instituições fundamentais como a Igreja e o Estado. Estes valores são fundamentais para a coesão social e o bem-estar das comunidades, promovendo estabilidade e continuidade cultural ao longo do tempo.

Central ao conservadorismo está o valor atribuído à família como unidade fundamental da sociedade. É na família que os indivíduos são educados, os valores são incutidos e a herança cultural é transmitida de geração em geração. A família proporciona um refúgio de segurança e estabilidade, fomentando um sentido de pertença e responsabilidade mútua.

Além disso, os conservadores defendem a vida humana desde a sua conceção até à morte natural, advogando pela dignidade e pelos direitos inalienáveis de cada indivíduo. Esta perspetiva informa a sua posição em questões controversas como o aborto, a eutanásia e a pena de morte, onde a proteção da vida e a busca pela justiça e misericórdia são prioridades.

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O patriotismo é outro pilar do conservadorismo, uma vez que os conservadores reconhecem a importância de se orgulhar e preservar a identidade cultural e histórica de uma nação. Isso não implica isolacionismo, mas sim valorizar e proteger as tradições e conquistas que tornam cada país único.

A crença em instituições fundamentais, como a Igreja e o Estado, também caracteriza o conservadorismo. Os conservadores reconhecem o papel crucial que estas instituições desempenham na promoção da ordem, da justiça e da coesão social. No entanto, isso não significa um apoio cego, mas sim um compromisso com a melhoria e reforma contínuas dessas instituições para servir melhor o bem comum.

Vem isto a propósito da notícia da Observador sobre a primeira-ministra italiana. Giorgia Meloni que tem sido acusada de Fascista, Neo-Fascista, Ultradireitista ou Pós Fascista, personifica bem a abordagem conservadora. Ela enfrenta o desafio de equilibrar tradição e progresso num mundo em constante transformação. Como líder conservadora, Meloni defende os valores da família, a cultura europeia e a proteção da vida humana. A sua postura é firme, mas não autoritária, enquanto procura promover o diálogo e a coesão social.

Num mundo cada vez mais dividido, é crucial adotar o diálogo e a tolerância como princípios orientadores. Reconhecer que existem diferentes visões de mundo e promover debates civilizados é fundamental para construir uma sociedade verdadeiramente justa e próspera. A polarização política tem gerado divisões profundas em muitas sociedades, dificultando o entendimento mútuo e a busca por soluções para os desafios comuns.

É importante distinguir entre conservadorismo e fascismo, reconhecendo-os como perspectivas distintas com objetivos e valores muito diferentes. Enquanto o conservadorismo busca a preservação e a evolução gradual das tradições e instituições, o fascismo é uma ideologia que representa uma ameaça à liberdade e à dignidade humanas. Promover o diálogo e a tolerância, enquanto se combate a polarização e a demonização das diferentes visões políticas, é essencial para construir uma sociedade justa e democrática para todos.

Em suma, o conservadorismo surge como um antídoto ao extremismo político, defendendo a preservação de valores tradicionais e a promoção da coesão social. Não é sinónimo de fascismo, mas sim representa um compromisso baseado em valores que resistiram ao teste do tempo. Abraçar o diálogo, a tolerância e o respeito mútuo é imperativo para navegar pelas complexidades do nosso mundo moderno e construir um futuro fundamentado na justiça, liberdade e dignidade para todos, no qual os nossos filhos tenham identidade e orgulho.