A saúde e o ensino podem estar a colapsar, mas não falta dinheiro para imprimir livros para “elgebetizar” os mais novinhos. Hoje, em vez de se fazer de tudo para alfabetizar os mais pequeninos, gastam-se rios de dinheiro a elgebetizá-los. Para esse efeito, em Maio de 2023 saiu mais um manual, o Manual Kinder – Desconstrução de estereótipos desde a infância, que, logo na segunda página do PDF, nos informa que foi escrito por 9 mulheres e 1 homem, o que mostra toda a preocupação da CIG [Comissão para Cidadania e Igualdade de Género] com a igualdade de oportunidades entre ambos os sexos. A lei da paridade ainda não deve ter chegado ao mercado dos manuais de doutrinação ideológica.

No KINDER, e à semelhança do que acontece nos Guiões de Género e Cidadania, a Comissão Europeia, que financia e impõe esta lavagem cerebral massiva à Escola – do infantário (ou pensavam que o Estado ia pagar creches e infantários a troco de nada?) ao secundário – sacode a água do capote com o aviso: «Os conteúdos deste livro são da exclusiva responsabilidade dos/as autores/as e da equipa do projeto KINDER. A Comissão Europeia não aceita qualquer responsabilidade pelo uso que possa ser feito da informação que contém.»

Pergunto: qual é o motivo para a Comissão Europeia ter necessidade de salvaguardar a sua (i)responsabilidade? Será pelo facto de vários países europeus (Finlândia, Suécia, Reino Unido, Noruega, França, Nova Zelândia e Austrália), estarem a abandonar os tratamentos baseados no conceito de uma suposta “identidade de género” em crianças? Se a Comissão Europeia não aceita qualquer responsabilidade pela forma como este manual possa vir a ser usado, porque o financia e aprova?

Logo na página 12, Sandra Ribeiro, autora do prefácio, diz-nos o que se pretende com este manual: «Educar para a igualdade [desde a] primeira infância, pois é aí que poderemos fazer toda a diferença. […] Pesquisas na área das neurociências evidenciam que durante os primeiros anos de vida de uma criança – sensivelmente os cinco primeiros anos – o cérebro tem uma capacidade extraordinária de aprendizagem, a chamada “esponja”, como tantas vezes ouvimos dizer. Quando uma criança chega aos seis anos, no tempo em que termina a maioria dos programas de educação infantil, o seu cérebro já atingiu cerca de 90% de volume do cérebro adulto.»

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Nada disto é novo. Os Jesuítas já tinham uma máxima que dizia: «Dêem-me uma criança até aos 7 anos e farei dela meu discípulo para o resto da vida.» Muito antes deles, Moisés instruía os hebreus a educarem os seus filhos, desde pequeninos, na disciplina e na admoestação do Senhor. Os muçulmanos ensinam o Corão aos meninos desde a mais tenra idade. Portanto, a psicologia moderna e a UNICEF não descobriram a pólvora. O que eles descobriram é que têm que retirar as mães de casa e os filhos do ambiente familiar para os formatar e educar de acordo com as suas ideologias políticas.

Os novos educadores estatais, que assumiram a educação dos filhos de todos os portugueses como um direito do Estado, não dos pais, não admitem sequer a possibilidade de as famílias não pensarem de acordo com aquilo que entidades supra nacionais definiram como modelo de pensamento dominante e a que chamam “projecto de educação LGBTQQIP2SAA+” (esta sigla é a mais recente e contempla: lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, queer, questionador, intersexo, pansexual, 2 espíritos, skoliosexual, andrógino e assexual).

Assim, nas páginas 80-86 do Manual, para a faixa etária de 3-6 (três a seis anos), ficamos a saber como é que os autores do KINDER pretendem educar os filhos da população:

«Fazer uma leitura comentada de livros infantis com personagens e temáticas LGBTQIA+. É essencial que as crianças vejam muitas identidades diferentes representadas e afirmadas no mundo ao seu redor, incluindo nos livros. Escolha livros em KINDER em que estas personagens e temas estão representadas de forma positiva e significativa, assumindo um papel central na narrativa. Aproveite para conversar com as crianças sobre o que a história conta e as imagens que são usadas (veja exemplos na sessão Playroom do site do projeto KINDER)

Ou seja: explicar às criancinhas, dos 3 aos 6 anos o que significa cada letra; incutir-lhes a mentira de que há mais de duas identidades sexuais, feminina e masculina, homem e mulher, macho e fêmea; ler-lhes livros criteriosamente escolhidos pelos autores do manual, que, como é óbvio, escolherão livros que defendam a ideologia e a sexualidade que querem impor e normalizar; e apresentar-lhes personagens que tenham o papel principal por terem como identidade uma das letras representadas na bandeira colorida (começam a faltar cores para representar os 122 géneros, não tarda, digo eu, veremos um grande lençol a tapar as fachadas dos edifícios públicos que se submetam à exigência de hastear outra bandeira além daquela que representa todos os portugueses).

«Animações e jogos interativos com personagens e temáticas LGBTQIA+: Nesta atividade, siga o racional da atividade anterior e aproveite para conversar ou fazer algumas perguntas sobre o conteúdo. Tenha sempre em consideração se as histórias apresentadas são positivas e significativas (veja exemplos na seção Playroom do site do projeto KINDER).»

Jogos interactivos, personagens e temáticas, tudo LGBTQQIP2SAA+… O activismo da sopa de letras torna-se omnipresente, opressivo, sufocante, e, se a criança não se identificar com uma das letras da bandeira, não faltarão coleguinhas (talvez até algum activista adulto) a chamar-lhes aqueles nomes terminados em fóbicos… Qual é a criança que consegue escapar a um cerco destes, sem se render a outra bandeira e sem adoptar um dos seus muitos “géneros”?

«Atividades de trabalhos manuais: Aproveite as habituais atividades com materiais recicláveis, pintura ou moldagem para fazer objetos relacionados com os símbolos da diversidade. O arco-íris é um símbolo icónico da comunidade e do Mês do Orgulho e por isso pode: pintar a giz um arco-íris na calçada à entrada da escola, dando as boas vindas a todas as pessoas;»

Até o arco-íris nos roubaram. Para a civilização judaico-cristã, o arco-íris é um símbolo cristão. É na Bíblia, o livro de fé dos cristãos, que lemos acerca do arco: «Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações: porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então, me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda carne. O arco estará nas nuvens; vê-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda carne que há sobre a terra. Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança estabelecida entre mim e toda a carne sobre a terra.» (Génesis 9:12-17). Não interessa que os activistas digam que a Bíblia é um livro antigo, mitológico, cheio de parábolas, não confiável, blá, blá, blá… Pois “O Jaime também NÃO É uma sereia” e as histórias escritas pelos activistas não passam de propaganda em causa própria. E, por favor, se vão mesmo pintar o arco-íris, ensinem às criancinhas que o original tem 7 cores e não 6 e que o que vão pintar é apenas uma imitação daquele que Deus criou.

«Mostre no computador ou imprima imagens de diferentes formas de viver ou expressar o género em diferentes partes do mundo (deixámos alguns exemplos acima) ou de trabalhos de artistas LGBTQIA+…»

Os seus filhos até podem chegar aos 6 anos sem saber quase nada acerca das matérias que sempre foram leccionadas nos infantários e na pré-escola, mas conhecerá todas as letras, o número e o sinal + da sigla LGBTQQIP2SAA+, que, por cá, ainda não foi actualizada; saberá, de cor e salteado, o nome de todos os órgãos sexuais e das partes eróticas do corpo humano; acreditará piamente que pode ser do outro sexo e que não tem de aceitar aquele que o médico e os pais “lhe atribuíram”/impuseram à nascença e, além disso, entrará na escola primária com uma identidade construída na Escola, longe da influência nefasta dos pais, e saberá quase tudo sobre relações sexuais não-convencionais e não opressoras.

«Música: façam uma festa com o tema Orgulho LGBTQIA+. Pesquise listas de reprodução do Mês do Orgulho disponíveis gratuitamente em plataformas de streaming, como a página Pride do Spotify, visualizando e escutando as seleções primeiro para ter a certeza de que se trata de conteúdo adequado à faixa etária;»

Se há alguma coisa que se põe em prática rapidamente, neste país socialista, é a agenda ideológica do género. A Pride dos pequeninos, que se realizou em Évora, é prova disso e a festa aconselhada neste manual já foi implementada há alguns anos em várias escolas do país, sem que a maior parte dos pais tenha conhecimento. Música. A música tem um poder incrível. Então, se queremos mesmo que as nossas crianças pensem LGBTQQIP2SAA+, desde que acordam até que se deitam, há que pô-las a ouvir músicas nesse sentido. O regime comunista cubano não faria melhor.

Quanto a ser adequado para a faixa etária… Se forem tão criteriosos como foram com a exposição promovida pela galeria de “arte” Kunsthalle Lissabon, em Lisboa, que fez uma exposição de Chola Poblet (artista Queer) – PAP ART – 19.04.2023 – 17.06.2023 para crianças entre os 4 [QUATRO] e 11 [ONZE] anos de idade (com o apoio da Junta de Freguesia da Penha de França, da República Portuguesa / DGArtes, Câmara Municipal de Lisboa, Coleção Maria e Armando Cabrale) e que apelava à divulgação e captação de participantes – dos 4 aos 11 anos de idade – para estas actividades, que consistiam em exibir pornografia, mutilação genital, o Che Guevara (ó yes), nudez, muitos pénis erectos, trans (mulheres com pénis), e toda a sorte de perversão e mutilação… Assusta-me o tipo de música e de letras a que serão expostas.

«Mostrar o Orgulho: Trabalhe questões de Orgulho, por oposição à vergonha, o que está na essência da celebração da diversidade…»

Orgulho? Uma pessoa só pode ter orgulho de um feito que realiza. Por exemplo, o Cristiano Ronaldo pode orgulhar-se da sua carreira futebolística porque trabalha arduamente para alcançar os seus objectivos. Ora, nascer homem ou mulher não é motivo de orgulho, pois ninguém, nem sequer o Ronaldo, decidiu nascer com o sexo masculino ou feminino, ser macho ou fêmea. Portanto, o apelo ao orgulho só pode ser pelo facto de a confusão identitária da criança ser fruto de um árduo trabalho de doutrinação e aprendizado.

Celebração da diversidade? Celebrar uma “diversidade” fabricada e imposta, que não respeita nada nem ninguém que não se lhe submeta? Isso não é diversidade. Diversidade, não é formatar as crianças para serem LGBTQQIP2SAA+. Respeitar a diversidade, é respeitar todos os seres humanos, inclusive as famílias que não pensam como os ideólogos do género e todos os que não se ajoelham e juram a bandeira colorida.

Continua a ser assustador ver como os pais parecem ter delegado a educação dos seus filhos a terceiros… Porque são professores, porque são psicólogos, influencers, políticos, figuras públicas… Porque é mais cómodo e não dá trabalho.

Pais, a educação ainda vos pertence, ainda são os principais educadores dos vossos filhos, e a Escola ainda existe para colaborar convosco na educação dos vossos filhos e não para vos substituir.

São os pais, não os activistas, psicólogos e o diabo a sete, que ainda têm todo o direito a educar os seus filhos de acordo com a sua fé, valores e princípios.

É hora dos pais!