Estamos unidos no choque e na condenação. Os ataques terroristas da última sexta-feira deixaram-nos horrorizados. A União Europeia (UE) está profundamente revoltada com estes atos criminosos e bárbaros, que constituem um ataque contra todos nós. Os europeus irão recordar o dia 13 de novembro de 2015 como um dia europeu de luto.

No entanto, esta tragédia não foi um acontecimento isolado e a ameaça terrorista não é recente, tendo ocorrido há poucos dias outros ataques, os quais repudiamos igualmente unidos, nomeadamente o de 10 de outubro em Ancara, Turquia, e o de 12 de novembro em Beirute, Líbano.

Estamos unidos na solidariedade. Em todos os países da Europa e em todas as Instituições Europeias, incluindo a Representação da Comissão Europeia em Portugal, foi realizado um minuto de silêncio e recolhimento, prestando uma homenagem sentida às vítimas e às suas famílias: uma forma de mostrar como a solidariedade é um dos valores fundamentais da nossa União e que deve sair fortalecida nestes infelizes momentos.

Estamos unidos na ação. Continuamos a dar passos importantes em todas as vertentes relevantes e este é o momento de fortalecer as nossas respostas comuns, em conjunto com a restante comunidade internacional.

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Neste contexto, é essencial sublinhar a nossa posição e ação sobre a crise dos refugiados. E faço minhas as palavras de Jean-Claude Juncker, o Presidente da Comissão Europeia, porque não podem ser mais claras: «É imperativo compreendermos que aqueles que organizaram e executaram os ataques são precisamente aqueles de quem os refugiados fogem». Sublinhamos que a linha da política europeia de acolhimento de refugiados não deve mudar.

Devemos continuar a cumprir a nossa obrigação de proteger e integrar refugiados nos nossos países e a combater as redes criminosas. Devemos, mais do que nunca, aprofundar a colaboração e a partilha de informação entre as nossas autoridades para combater o terrorismo e para fortalecer a segurança das nossas fronteiras e do espaço de livre circulação que caracteriza a nossa forma de vida.

Amanhã, terça-feira, os ministros da defesa europeus irão consolidar os objetivos políticos da ação europeia em matéria de defesa, previamente anunciada no programa de trabalho da Comissão para 2016, e que coloca uma forte ênfase na necessidade de aumentar e congregar os investimentos na investigação neste domínio.

Já foi convocado um Conselho Europeu extraordinário dos Ministros da Justiça e dos Assuntos Internos para esta próxima sexta-feira que se prevê venha a dar um ímpeto à concretização prática das medidas adotadas e à prevenção de novos ataques.

No entanto, estes ataques resultam de grandes desafios globais para os quais precisamos de respostas globais e abrangentes. Não podemos apenas reagir mas, acima de tudo, devemos agir em todas as frentes e a longo prazo.

Os líderes europeus saíram de Malta na semana passada com uma ação reforçada para apoiar o desenvolvimento sustentável e eliminar as causas da pobreza e revolta em África, o que complementa uma ação bem maior da Europa como principal dador e ator na luta contra as desigualdades e injustiças em todo o mundo.

Hoje, do G20 em Antália na Turquia, chega a determinação ainda mais vincada de defender as liberdades e os valores comuns, de acelerar a agenda em matéria de luta contra o terrorismo e de alcançar avanços em outras reformas essenciais. Paris ergue-se do luto e continua a ser o anfitrião da COP21, que se espera venha a ser uma Cimeira histórica, definindo um acordo juridicamente vinculativo sobre o combate às mudanças climáticas.

Acima de tudo: estamos unidos nos valores. Atacaram um dos países fundadores do projeto europeu, o berço da Revolução que cimentou a democracia e o valor supremo da liberdade e cidadãos em atividades do quotidiano. Foi um atentado aos valores básicos da Europa, um espaço de liberdade e de paz.

Dizemos em alto e bom som: não ao ódio e à radicalização! Os nossos ideais comuns são a nossa melhor arma.

Não devemos agir com base no medo, mas sim por convicção. Terror e ódio é o que os criminosos pretendem alcançar. A Europa pode verter lágrimas mas nunca os aceitará!

Estamos unidos.

Chefe de Representação e uma imagem da Comissão Europeia em Lisboa