Descobri que sou um rato de sacristia. Apesar de não me recordar da última vez que entrei numa sacristia, os novos polícias do pensamento já proferiram a sua sentença: há em Portugal uma luta de morte entre a sacristia e a democracia, e eu estarei do lado da sacristia. O que me condena, suponho, ao caixote do lixo da história, como se dizia noutros tempos.

A juíza, nesta circunstância, foi Isabel Moreira, a deputada de causas que que assinala com tatuagens os seus triunfos legislativos. Para ela chega sempre “o dia em que o verdadeiro lóbi da sacristia é derrubado pela democracia”. Uma democracia que ela entende de sentido único, porque há sempre um “progresso contra o obscurantismo”.

No caso em apreço, como já estarão a imaginar, o que está em causa é a eutanásia. Aquilo de que Isabel Moreira tem a certeza é que “passará”. Ela faz parte dos que nunca perdem.

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