Onde páram os bispos indignados? Os activistas do sofrimento? Os jornalistas ofegantes com a revolta popular? Os fóruns radiofónicos ululantes? E Marcelo, sim Marcelo, que não falha arraiais nem “futebóis” e sai para a rua mal sabe que um português espirra, desta vez não faz nem um telefonema?
Pois é, os habitantes do prédio Coutinho não geraram indignação, nem solidariedade, nem comentários nas redes sociais. Ou tendo gerado tudo isso não estão no lado certo das vítimas. Note-se que não há qualquer interesse público que justifique a demolição. Apenas uma questão de gosto. De birra pessoal.
Se os habitantes do prédio Coutinho fossem inquilinos com rendas atrasadas há vários anos, claro que Catarina Martins lá estaria aos pulinhos, gritando contra a especulação dos senhorios e exigindo até que fossem feitas obras nos andares. Não faltariam também as vozes do costume explicando a falta de uma lei de Bases da Habitação e os organizadores dos cordões humanos não teriam parança.
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