Visto como um dos setores mais dinâmicos e competitivos da economia global, o retalho impulsiona vários “fenómenos” em paralelo: a diluição das fronteiras, a aliança entre fornecedores, a criação de postos de trabalho e a geração de grandes volumes de negócio, contrabalançados por uma necessidade de renovação constante das unidades – centros comerciais, supermercados, lojas de proximidade, entre outros.

Movido por um ritmo de inovação característico (associado à evolução contínua da logística, da distribuição e, principalmente, das tendências do grande consumo), o retalho tem, por isso, na construção um dos maiores aliados para a sua transformação e crescimento.

Confirmada que ficou a correlação positiva entre a pandemia e o comércio online, as transformações nas superfícies de retalho, nomeadamente do segmento alimentar, não se fizeram esperar. Uma das grandes mudanças visíveis nos projetos de remodelação de lojas existentes está a passar pelo enquadramento de espaços de armazenamento de encomendas que são feitas através da internet e levantadas em loja, bem como de zonas de estacionamento específicas para o mesmo efeito. Conceitos como os de “drive and pick”, “click and collect” ou “pay and go” estão a massificar-se rapidamente, tornando o processo de compra ainda mais ágil e cómodo.

A convergência das vantagens do modelo de compra virtual e do modelo de compra físico não se fica pela arquitetura e layout dos espaços. O novo retalho também está a tornar-se mais próximo do consumidor final, por via da capilaridade trazida pela construção de novas lojas de bairro, que reforçam a presença das marcas nos centros urbanos, ao mesmo tempo que funcionam como bases intermédias para os grandes centros operacionais. Uma vez mais, compete à construção assistir a esta multiplicação de espaços e alavancar, juntamente com o retalho, o conceito das lojas do futuro.

Considerado uma “tábua de salvação”, mesmo em momentos de crise económica e financeira, o retalho – que representou mais de mil milhões de euros em investimento em Portugal no ano passado – constitui um exemplo de visão, dinâmica e robustez que deve ser seguido de perto.

Sem sinais de esmorecimento e a beneficiar de uma conjugação cada vez mais estreita com novas formas de atender às exigências do público e de fazer comércio, é de esperar que o retalho e a construção continuem, lado a lado, a contribuir fortemente para o PIB nacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR