Quarenta e nove anos após o 25 de Abril seria injusto dizer que Portugal não evoluiu. Aliás, é um grande feito em qualquer lugar do mundo não evoluir em 49 anos! Há muitos certamente, mas por outras e muitas diversas razões.

Mas no chamado mundo Ocidental, numa Europa dita civilizada é um fenómeno normal evoluir, penso eu…

Obviamente que não defendo as ditaduras, até porque nunca vivi numa. Perto de nós muitos a viveram, de formas diferentes é certo. Uns sentiram muito menos liberdade que outros mas a verdade é que ela surgiu pelo vergonhoso estado em que Portugal se encontrava! Volvidos 49 anos e comparativamente à evolução dos nossos colegas de grupo europeus Portugal está pior! Muito pior!

A corrupção em níveis nunca atingidos e não venham com a desculpa que dantes também havia mas não era destapada porque é mentira! Havia sentido de Estado, honra , vergonha,  serviço à Pátria. Sim, digo Pátria e sempre direi! Os governantes não enriqueciam mas enriqueciam os cofres do Estado e a alma Lusa. Quem prevaricava era punido, nem que fosse aos olhos da sociedade

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Dizem que a culpa é de todos nós, colocando-nos um sentimento de remorsos coletivo que dá jeito para baixar a auto-estima e tornar o povo frágil e servil. Poucos se insurgem e os que o fazem imediatamente são acusados de populistas, agitadores e demagógicos.

Até partidos legitimamente escolhidos por milhares de portugueses são atacados por todos os quadrantes como se não fizessem parte da democracia. Foram eleitos, em eleições livres! Há qualquer coisa que me escapa, há qualquer coisa que me espanta.

Se eu fosse um extraterrestre e chegasse agora, bastava-me ver um telejornal para voltar para o meu planeta e contar ao meu povo que no país onde estive se vivia em ditadura porque  havia muita corrupção, porque se tentava aniquilar partidos eleitos por uma parte da população,  muita riqueza numa minoria e um povo muito pobre. Iria contar ao meu povo que vi doentes espalhados por corredores dos hospitais deitados em macas, muitas delas dos bombeiros, sem qualquer dignidade, doentes aflitos que esperavam 15 horas para serem vistos por um médico, alunos a vaguear pelas ruas sem aulas porque têm falta de professores, professores que deixaram de o ser para serem burocratas,  insatisfeitos, infelizes e sem esperança, juízes a levarem resmas de papel para os tribunais, polícias em vigília porque não têm carros para trabalhar, ladrões à vontade porque não há carros para os perseguir, pessoas a contar moedas nos supermercados para levarem o que podem para alimentar uma família, criminalidade crescente e o país da Europa com mais quantidade de depressões e que toma mais medicação.

Um lugar do mundo em que há sol e mar, em que o clima não é agreste e tem um povo infeliz, contrastando com tantos países do Norte, frios e com pouco sol mas com níveis de felicidade superiores. Porque será? Porque será?

Porque trabalhamos imenso e somos pobres, porque nos sufocam em impostos sem retorno, porque nos fazem sentir culpados quando queremos uma vida melhor, porque pedimos créditos, porque queremos viajar, afinal porque só queríamos ter uma vida normal. A maioria dos portugueses não vive, sobrevive. Trabalha para pagar comida e contas essenciais e pouco ou nada sobra. Qual é a diferença deste sistema e da escravatura? A maioria dos portugueses tem frio em casa, não janta fora, não tem luxos e não vai de férias.

Os governantes não têm frio em casa,  jantam fora, têm luxos e vão de férias. Têm carros topo de gama e tentam aumentar o imposto de quem tem carros velhos porque não pode comprar novos ou elétricos. A única eletricidade que usam é para ligar um aquecedor no quarto dos filhos, durante uma hora ,para não morrerem congelados! É este o país real, é assim que está Portugal. Cada vez mais terceiro-mundista, elites pequenas, classe média esmagada, corrupção crescente, criminalidade e um povo adormecido.

Quanto mais pobre está um povo mais adormecido fica pois não tem condições para se revoltar. Isto parece-me humano e justificado. O que não me parece normal é o seu sentido de voto. Tivemos, em 49 anos, 27 anos de governos socialistas. Abandonos, escândalos,casos de justiça , empobrecimento ao ponto de chamar a Troika! 30 anos de Presidentes da República socialistas. Quatro décadas dominadas pelo socialismo. São factos, não argumentos!

Cavaco Silva e Passos Coelho foram os governantes não socialistas que mais tempo estiveram no comando de Portugal. Dois estadistas, dois portugueses ao serviço de Portugal! Passos Coelho, o homem que não chamou a troika e que teve que lidar com os cortes a que foi obrigado! Um estadista, de quem nunca ouvi a mais pequena suspeição . Um homem com caráter que salvou o país a um mês da bancarrota! Um homem grande de Massamá que até pelo sítio onde vivia ouvi a ser criticado! Cada homem depende de si e é ele próprio e pode chegar onde quiser! É assim que os países civilizados evoluem. É assim o pensamento liberal , é assim a iniciativa privada e o valor de per si que o socialismo não gosta porque não é controlável. É a equidade que nos faz chegar mais longe! A igualdade nivela por baixo! Mas tão baixo que é este o Estado da Nação!

Como é que as pessoas aguentam tanta lavagem cerebral, tanta cassete, tanto convencimento de que está tudo muito bem quando vivenciamos na realidade o oposto??? Nada está bem, nada está melhor e o povo vota no mesmo sistema sistematicamente! É esse o meu grande espanto, é essa a minha maior perplexidade! Ou abstenção porque já ninguém quer saber da política ou esta inclinação e os votantes e não votantes a viverem cada vez piores.

O que teria evoluído Portugal com Passos Coelho não fosse ter a missão de consertar a miséria de país que herdou? Mas continuará para todo o sempre a ser acusado de ir para além da Troika por querer endireitar um país que estava tão torto!

Tem sido essa a missão dos governos não socialistas, consertar os pântanos, as bancarrotas, começar de uma base desigual e nem mesmo assim são poupados. É como ter no mesmo espaço de tempo um grupo a construir uma casa num terreno limpo e outro construir uma casa a partir dos destroços de um terramoto. Não é justo e nem sequer leal comparar quem acaba primeiro e quem teve mais dificuldades. Contudo, a fazer comparações depois das casas construídas não tenho a mais pequena dúvida que foi muito mais difícil para o segundo grupo.

Um governo repleto de casos e “casões”, escândalos, demissões, um país que cobra impostos indecentes e que retorna com horas de filas de espera, falhas em todos os serviços, sns de rastos, profissionais dos sectores vitais infelizes, revoltados e extenuados.
Isto não é indecente e má figura? Qual o horror desta afirmação? Parece que já nada pode ser comentado ou mesmo criticado ou mesmo julgado. Parece que tudo já é banal, já é normal. Está-se a instituir na sociedade a perda de valores fundamentais. Somos bombardeados por tantos escândalos que encolhem bem fininhos para caber na tela até se tornarem ínfimos, ausentes, transparentes até se esfumarem. Não é razão para dissolução??? Nos governos não socialistas um milésimo daria dissolução. Mas agora tudo se pode fazer até a um limite escolhido por outro qualquer interesse. E em poucos meses se perceberá…

Tenho esperança que um dia Portugal acorde deste sono profundo e que seja um povo mais democrático , menos temeroso e principalmente mais participativo. Cada um tem que lutar por si e pelo próximo. Temos que acreditar em nós para acreditar no todo. A democracia começa em nós, tal como a liberdade. A sociedade civil tem de ser mais ativa e os líderes têm que reconquistar a sua confiança, têm que ser exemplo, dedicação e esforço pela Pátria de todos nós que é Portugal!