Hoje quero dar os parabéns à Humanidade. Muitos dizem que o mundo está cada vez pior mas eu não concordo com isso. Acho que o mundo está bem melhor.

Quem é que há um século se importava com o direito ao voto das mulheres, a não ser aquelas que de alguma forma sonhavam com isso?

Quem no passado se preocupava com a criança de dez anos que era obrigada a casar com alguém com idade para ser seu avô?

Quem se preocupava com a escravatura, com a falta de higiene, com a dignidade humana?

Infelizmente em alguns lugares do mundo ainda se praticam estes actos e se vive sem condições e sem liberdade, mas devagarinho, tal como as mulheres o fizeram, há uma parte que tenta influenciar e convencer a outra a abandonar estas barbaridades destes bárbaros costumes.

O papel da mulher foi sempre preponderante ao longo da História. No seio da família, na penumbra de Reis, imperadores e grandes líderes.

Exercemos a liderança na sombra, humilde, discreta mas grandiosa.

Não pretendo que a sua importância se sobreponha à dos homens, pois acredito na equidade e na beleza da sua diferença. Não sou feminista, nem sufragista. Defendo somente a igualdade de oportunidades.

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Agradeço às mulheres que por e para nós sofreram para alcançar este patamar e percebo que naquele momento as posições adoptadas por estes movimentos foram necessárias para provocar a reviravolta.

Depois da liberdade alcançada, da felicidade sentida atingimos a maturidade e chegou o momento da serenidade e do equilíbrio.

Não concordo com as quotas, pois não serão imposições que nos farão chegar ao topo. O caminho tem sido gradual, suado e meritório.

Simplesmente iremos lá chegar e nessa altura não será o ressentimento que nos moverá, mas sim o sentimento colaborativo, de entre-ajuda, e agregador, que faz parte do nosso ADN.

Partilhamos com o mundo a harmonia, protegemos os mais fracos a par com os mais fortes.

Não há melhores, nem piores. Há mulheres e homens a cuidar do Homem. Há mulheres e homens a cuidar do mundo!

Reconheço que esta evolução tem tido um preço elevado, pois queremos ser “o dois em um” nas várias frentes. Queremos ser super-mulheres, super-profissionais e sobretudo super-mães, pois está nos nossos genes e nos nossos corações amar e proteger os que mais amamos.

Quero salientar também o protagonismo dos homens nesta nossa conquista. Em menos de um século o mundo deles virou. É frequente ver os pais a ir buscar os filhos à escola, no supermercado, a mudar fraldas… fazem isto naturalmente, com amor, com orgulho, contrariando toda a sua vivência, aprendizagem e ensinamentos. Foi também uma mudança, um mundo novo, uma viragem , também assumida com muita elegância.

A nossa luta ajudou-os a ser mais pais, mais avós, mais humanizados. Amaciámos corações. Catapultámos as suas e as nossas almas.

Há quem se revolte com a parca quantidade de mulheres nas chefias. Eu não, pois as nossas oportunidades têm somente cem anos. Actualmente a percentagem de mulheres licenciadas é superior à dos homens… estamos a caminho e naturalmente iremos atenuar essa diferença.

O foco deverá estar agora na ajuda às sociedades que ainda sofrem, que não têm liberdade. O nosso desafio será conseguir demonstrar-lhes a felicidade que uma mulher livre poderá acrescentar às suas vidas.

Não pretendo fazer um auto-elogio directo aproveito para transcrever uma frase do Papa Francisco: «As mulheres são a coisa mais bela que Deus fez»