O ato mais simples e possivelmente o mais eficaz de todos os que podemos fazer para conter a disseminação da Covid-19, mas também o mais sonegado por todas as autoridades sanitárias dos países pós-desenvolvidos, com argumentos totalmente irracionais, é o uso generalizado de máscaras.

1 Está provado que os assintomáticos e pré-sintomáticos positivos têm cargas virais elevadas nas fossas nasais/garganta e emitem por isso aerossóis/gotículas contaminadas e contagiosas cada vez que respiram, falam ou pigarreiam, para não falar quando espirram, o que não acontece só quando se tem sintomas, basta uma poeira, e os vírus são projetados a seis metros de distância! Ninguém sabe quantos assintomáticos ou pre-sintomáticos existem, mas visto que a doença pode ter duas semanas de incubação já contagiosas, e que os estudos existentes apontam para a possibilidade de pelo menos um em cada dois positivos nunca desenvolver a doença mas transportar o vírus e ser contagioso, temos uma população de contagiosos indetetáveis que pode ser muito superior à dos casos ditos ativos num dado momento. Todos, OMS, DGS, e quem mais se digna opinar sobre as máscaras, afirma que estas, mesmo as mais simples, são eficientes para impedir a transmissão da doença a terceiros por quem é positivo. A associação dos factos descritos acima tem como corolário lógico incontornável que todos deveríamos utilizar máscaras. Muito especialmente os funcionários de supermercados, farmácias, e take-aways alimentares, pois um positivo assintomático num local destes pode contaminar dezenas senão centenas de pessoas num só dia.

2 Mas as máscaras não impedem só os positivos de contaminar terceiros, elas também protegem de contaminação quem as utiliza, mesmo as mais simples. É tão óbvio que até dói. Mas não se sabe bem qual é o nível de proteção, se é de 3 vezes mais, se é de 5 vezes, sabe-se que a proteção não será total, depende, e isso confunde os especialistas. É-lhes difícil propor o uso de um emplasto na cara, algo que tão claramente avilta a nossa individualidade, não sendo a proteção total! E como não estamos na epidemia mais mortífera que já conhecemos, com gente a morrer por todos os lados, como não decidimos impedi-la parando toda a economia e metendo toda a gente em casa, com risco de provocar a ruína, pobreza e fome a metade da população e dos países, para que vamos usar máscaras que não asseguram uma proteção total embora possam baixar a propagação para um terço, um quinto ou ainda mais, ninguém sabe dizer? É uma medida de prevenção e precaução de que não precisamos mesmo nada! Menos ainda quando sabemos que os países que adotaram o uso sistemático de máscaras têm o surto epidémico controlado, muitas vezes sem adoção de medidas de confinamento e paragem económica drásticas como as nossas! Desculpem, tudo isto é de uma falta de lógica só batida talvez pela cena da garrafa/copo protagonizada pela nossa inefável Diretora Geral da Saúde!

3 Finalmente, nos últimos dias, a Academia Nacional de Medicina francesa e o Centro de Controlo de Doenças dos Estados Unidos, após mais de um mês de pânico, falências, e muitas mortes, deram uma volta de 180º e defenderam o uso generalizado da máscaras! Que a OMS ainda não aconselha, pois pode dar uma sensação de “falsa segurança”.

4 E em Portugal? Vamos ter que ficar à espera que nos esborrachem na cara o ovo de Colombo que está de pé, em frente de todos, há mais de um mês?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR