Em 2024, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) celebra 44 anos de existência, um marco importante para refletirmos sobre os desafios e oportunidades que se apresentam para garantir a saúde e o bem-estar da população portuguesa. Um dos desafios mais prementes é o crescente envelhecimento populacional, que exige uma resposta de saúde pública abrangente e eficaz. Neste contexto, a vacinação do adulto emerge como um pilar essencial para promover um envelhecimento saudável, prevenindo doenças, preservando a qualidade de vida dos anos que são vividos para além dos 65 anos e reduzindo a carga sobre o sistema de saúde.

É inegável que a vacinação tem sido uma das maiores conquistas da saúde pública, salvando milhões de vidas e prevenindo doenças graves em todas as faixas etárias. O aumento da esperança de vida justifica uma cuidadosa adaptação das recomendações vacinais à população mais velha tendo por base uma melhor compreensão das razões subjacentes à baixa taxa de cobertura, bem como um melhor conhecimento da imuno-senescência.

Para enfrentar este desafio, é crucial fortalecer a resposta de saúde pública em relação à vacinação do adulto. Isso implica investir em campanhas de educação e sensibilização, que informem a população sobre os benefícios da vacinação e desmistifiquem mitos e equívocos, reformulando a narrativa vacinal em torno da vacinação ao longo da vida. É fundamental também facilitar o acesso às vacinas, tecnologicamente, inovadoras, que têm, além de segurança confirmada, uma função protetora importante.

É impreterível atualizar e expandir o Plano Nacional de Vacinação (PNV) para incluir as novas vacinas e patologias que são particularmente relevantes para a população adulta e idosa.

As doenças infeciosas são uma significativa causa de morbilidade e mortalidade na população idosa, mas também são responsáveis por uma grande parte da mortalidade precoce, abaixo dos 70 anos.  A gripe, a doença pneumocócica, o herpes zóster, tétano, difteria e mesmo a morbilidade por pertússis na população idosa, são exemplos de doenças infeciosas que podem ser prevenidas por vacina e que têm um impacto significativo na saúde e qualidade de vida dos adultos mais velhos.

A vacinação do adulto não é apenas uma questão de saúde individual, mas também de saúde pública e sustentabilidade do sistema de saúde. Ao prevenir doenças e suas complicações, a vacinação reduz a necessidade de hospitalizações, consultas médicas e tratamentos dispendiosos, aliviando a pressão sobre o SNS e permitindo alocar recursos para outras áreas prioritárias.

Em suma, a vacinação do adulto é um investimento essencial para um futuro mais saudável e sustentável em Portugal. Ao fortalecer a resposta de saúde pública, o PNV e promover a educação e sensibilização da população, podemos garantir que o crescente envelhecimento da população seja acompanhado por um aumento na qualidade de vida e bem-estar. O SNS tem um papel fundamental a desempenhar neste processo, liderando e coordenando os esforços para garantir que todos os adultos tenham acesso às vacinas que necessitam para viver uma vida longa, saudável e ativa.

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