O Ministério Público quer penas até 20 anos para alguns dos cinco antigos colaboradores de Bernard Madoff, o histórico financeiro de Wall Street que foi condenado a 150 anos na prisão por fraude. São antigos gestores de carteiras e técnicos informáticos, que terão ajudado Madoff na fraude que cometeu ao longo de quase 40 anos – e que terão lucrado muito isso.

Começa esta segunda-feira, 8 de dezembro, a leitura das sentenças a cinco antigos colaboradores de Bernie Madoff. Madoff está preso desde 2009, depois de se declarar culpado de ter montado um esquema piramidal que terá defraudado os investidores em mais de 17 mil milhões de dólares, quase 14 mil milhões de euros ao câmbio atual.

O julgamento dos cinco antigos colaboradores está vários meses atrasado porque, como explica a Reuters, o Ministério Público quer obrigar os acusados a devolverem vários milhões de dólares, valores dos quais estes não dispõem.

O primeiro a conhecer a sentença é Daniel Bonaventure, antigo diretor ao serviço de Madoff. Nos dias seguintes, será a vez de Annette Bongiorno e Joann Crupi, duas gestoras de carteiras. Há ainda dois técnicos informáticos: Jerome O’Hara e George Perez.

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Para os dois técnicos informáticos, que terão ajudado Madoff a criar programas de computador que serviram para falsificar dados, o Ministério Público procura penas superiores a oito anos. Joann Crupi arrisca 14 anos na prisão. Finalmente, Bonaventure e Bongiorno podem cumprir até 20 anos se o tribunal der razão ao Ministério Público.

Madoff, de 76 anos, está na prisão a recuperar de um ataque cardíaco no início deste ano e também a combater um cancro no fígado. E foi para o cancro (linfoma) que há três meses perdeu um dos filhos, Andrew, que também era seu colaborador mas que sempre negou ter conhecimento da fraude. Em 2010, o seu outro filho, Mark, suicidou-se no segundo aniversário da detenção do pai.

O financeiro confessou aos filhos em dezembro de 2008 que era “tudo uma enorme mentira” e começou aí um julgamento histórico de um crime de “colarinho branco”. Três meses depois, em março de 2009, depois de confessar às autoridades a fraude, Madoff foi para a prisão para cumprir uma pena que aí o manterá até à morte.