Santana Lopes mantém a dúvida sobre se será candidato às presidenciais no início de 2016. Em entrevista ao Diário de Notícias, disse que ser Presidente da República “não pode ser uma ambição”, mas “um chamamento”. E admitiu que a decisão final só a tomará em outubro, depois das legislativas. Pelo caminho falou do Presidente cessante e atirou outro nome para a corrida – Paulo Portas.

Não percebe porque é que as pessoas se queixam do atual Presidente da República. “Toda a gente critica Cavaco Silva. Está na moda”, diz Santana Lopes. “Se alguém era conhecido no país era Cavaco silva, foi 10 anos primeiro-ministro. Escolheram-no. Queixam-se de quê? Ele a mim não me surpreendeu em nada.” Para o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Cavaco “tem mais queda para ser primeiro-ministro do que para ser um Presidente República moderador”.

Apesar de acreditar que Cavaco Silva vai acabar bem o mandato, Santana Lopes diz que o facto de o Presidente não ser “uma pessoa muito descontraída por natureza” o prejudica. “A partir de certa altura passou a ser difícil acertar naquilo que diz. Cada vez que fala sente-se tensão nele.”

Sobre os candidatos às presidenciais, espera que sejam vários à esquerda e à direita. “É um sonho desde há muitos anos.” Um deles poderá ser Paulo Portas, caso o CDS não seja bem-sucedido nas legislativas.

Quanto à própria candidatura não dá certezas. Comparando-se com António Costa diz: “Ele tem a certeza que vai ser candidato a primeiro-ministro e eu, em princípio, não serei candidato a nada.” Prefere ser cauteloso. “Já houve tempo em que corria por correr. Não me importava nada de me prejudicar mesmo sabendo que à partida ia perder.” E dá como exemplo quando concorreu à Câmara Municipal de Lisboa em 2009, mesmo tendo quase a certeza que ia perder.

Para Santana Lopes a “Presidência da República não pode ser um fator de instabilidade” e espera “encontrar em alguém a certeza de que pode a partir da Presidência da República ajudar o meu país”. Quando interrogado se votaria em Marcelo Rebelo de Sousa, responde “não sei” com as palavras, mas acena que não com a cabeça. “Às vezes votamos no menor dos males, ou às vezes votamos no maior dos bens”.

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