O secretário-geral do PS, António Costa, esclareceu que a discussão do programa do Governo na Comissão Nacional de dia 24 não é uma antecipação mas sim mais uma etapa de um trabalho feito “com muito rigor”.

A Comissão Nacional do PS reúne-se no próximo dia 24, em Lisboa, para aprovar as normas da Convenção Nacional de 6 de junho, dando-lhe mandato para proceder à aprovação definitiva do programa eleitoral dos socialistas.

Questionado pelos jornalistas sobre esta questão, António Costa explicou que “sempre disse o programa do Governo será apresentado no dia 6 de junho na Convenção Nacional, mas o programa do Governo não nasce por encarnação divina, requer trabalho” e num “partido democrático como se orgulha de ser o PS, há um trabalho de debate dos documentos”.

“O que haverá no dia 24 é uma Comissão Nacional onde os membros da Comissão Nacional vão poder apreciar o trabalho que foi desenvolvido pelo Gabinete de Estudos, poder discutir, poder corrigir, poder fazer emendas e apresentar uma proposta formalmente que será aprovada na convenção. Não se trata de antecipar, trata-se de prosseguir o trabalho”, enfatizou.

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O líder socialista acrescentou ainda que o PS tem “procurado fazer um trabalho com muito rigor porque se há algo que essencial hoje, que todos os cidadãos pedem, é a necessidade de poderem confiar nos compromissos que os políticos assumem”.

“Os portugueses podem estar confiantes que tudo aquilo que o PS se compromete a fazer, o PS terá condições para o fazer no próximo ciclo de governação”, garantiu.

António Costa concordou com Pedro Passos Coelho considerando que “não há nenhuma possibilidade de entendimento entre o PS e esta coligação de direita”, estando os portugueses perante uma escolha entre “alternativas muito claras”.

No final de uma visita às novas instalações do Centro de Excelência para Inovação da Industria Automóvel (CEIIA), em Matosinhos, António Costa foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações do primeiro-ministro em entrevista ao Sol, na qual defendeu que a opção nas legislativas é entre dar maioria à coligação PSD/CDS-PP ou ao PS, considerando que um Governo a três não teria “condições para funcionar”.

“Fico muito contente porque finalmente há uma intervenção do primeiro-ministro com a qual concordo. Claro que não há nenhuma possibilidade de entendimento entre o PS e esta coligação de direita e hoje a situação política em Portugal está bastante clarificada”, disse.

Na opinião de António Costa “os portugueses vão ter a possibilidade de escolher dois caminhos absolutamente distintos nas suas prioridades e sua forma de governação”, considerando que “o país pode estar contente de poder escolher alternativas muito claras como aquelas que a coligação de direita apresenta e aquelas que o PS apresenta”.

Sobre a necessidade de uma maioria nas próximas legislativas, o líder do PS foi perentório: “Bom, o Dr. Pedro Passos Coelho está de repente com visões bastante corretas. Eu acho útil que o país tenha maioria. É para isso que o PS está a trabalhar”.