Viver em Londres é o sonho de muitas pessoas, mas a capital britânica é das mais caras do mundo. Um relatório de 2015 da Savills, classifica a cidade inglesa como o sítio onde mais se gasta para viver ou trabalhar no mundo, acima de Nova Iorque e Hong Kong. O preço médio para um T0 modesto, adequado a um jovem estudante, aumentou 15% nos últimos cinco anos. Em 18 dos 33 bairros da cidade, o preço para um pequeno apartamento pode ser superior a mil libras (cerca de 1.400 euros) por mês.
A legislação do mercado do imobiliário agrava o problema e torna possível que quartos minúsculos sejam oferecidos a preços exorbitantes. Os alugueres mais baratos custam mais de 500 euros por mês e limitam-se a uma divisão que serve de cozinha, casa de banho e quarto em simultâneo. O caso insólito de um micro-quarto com cozinha e chuveiro incluídos, no portal imobiliário Right Move, gerou manchetes na imprensa internacional. Porém, encontrar um T0 com um duche instalado na cozinha é uma oferta cada vez mais comum no mercado imobiliário.
7 signs the London property market is truly broken http://t.co/QahwjKgtDk pic.twitter.com/BTxidC0pWs
— The Independent (@Independent) August 4, 2015
A descrição do “estúdio” — Quarto muito asseado com chuveiro próprio, cozinha mobilada, armário e secretária. Apenas a dois minutos de West Kensington e Barons Court. Bem localizado, com facilidade de acesso ao centro de Londres e a áreas comerciais e bares. Adequado a um inquilino. »
Apesar dos preços elevados, Londres atrai pessoas de todos os pontos do globo, em particular, estudantes. Grande parte dos londrinos tem origem estrangeira e o número de alunos internacionais ultrapassa os 100 mil. Mais de 200 nações diferentes, incluindo algumas não reconhecidas pela ONU, estão representadas na cidade que continua a crescer e poderá atingir os 10 milhões de habitantes nos próximos anos.O problema da habitação é particularmente problemático para os jovens estrangeiros, pois estão dispostos a muitos sacrifícios para ficar na capital.
Sara Hayward, do Partido Trabalhista, acredita que é urgente fazer algo. Em declarações ao The Guardian, diz recear que Londres irá perder a sua alma se perder a sua internacionalidade por ser impossível de suportar o custo de vida na cidade: “Uma das vantagens da cidade é a diversidade. Londres é uma cidade culta, intelectual e artística. É simultaneamente a cidade de moda e dos negócios.”
Muitos habitantes da cidade apelam ao governo que se tomem medidas para corrigir as atuais leis do mercado imobiliário. A legislação não é rígida o suficiente e torna possível que ofertas exageradamente caras continuem a existir. No Twitter é possível encontrar várias provas dos problemas do mercado imobiliário em Londres.
A hashtag #housingcrisis é cada vez mais popular
Take a look at #London's utterly broken rental market. Showers in Kitchens. #housingcrisis http://t.co/7YesA9K4Xj pic.twitter.com/5m83TDa3NO
— Louis Doré (@LouisAlexDore) August 4, 2015
Housing raid finds 26 people living in 3 bedroom #eastLondon home http://t.co/qUDb4K16oB #housingcrisis #housing pic.twitter.com/B2Y6LYWdTt
— GuardiansofLondon (@GuardiansLondon) June 25, 2015
https://twitter.com/lillai23/status/628897399264669696
'Dickensian' three-bedroom London home found to house 26 tenants. Result of the #housingcrisis http://t.co/iqCG9mhqhA pic.twitter.com/lapNiGA8CL
— Left Unity (@LeftUnityUK) June 25, 2015
https://twitter.com/lillai23/status/614465367415652353
Oh London property market, you do make me laugh/weep. £275k for 17sq metres in Angel. http://t.co/gAe6Bm6qV3 pic.twitter.com/H6tgYgdROb
— Ryan Nelson (@RyanJohnNelson) September 7, 2014
Texto de Karla Pequenino, editado por João Cândido da Silva