Desde 2007 que não nasciam tantas empresas em Portugal: 37.698 novos projetos empresariais em 2015, mais 5,2% do que em 2014, segundo o Barómetro Informa D&B. Por cada empresa que encerrou, foram lançadas 2,4 novas, sobretudo no setor dos serviços e do retalho.

“Nos últimos 12 meses, nasceram 2,4 empresas por cada uma que encerrou. É uma situação favorável, que significa que o encerramento de umas empresas abre oportunidades para o nascimento de outras. Na verdade, os setores que registaram mais encerramentos estão também no topo da lista dos que assistiram a mais nascimentos, o que indicia uma renovação no tecido empresarial em alguns setores”, adianta Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B.

Do total de empresas criadas em 2015, 31% pertencem ao setor dos serviços, que cresceu 4% relativamente ao ano anterior. Segue-se o setor do retalho, que corresponde a 15% das novas empresas e que cresceu 2,2% face a 2014. Já o de alojamento e restauração cresceu 11,3% e representa 11,4% do universo de novas empresas. Os setores que mais cresceram, contudo, foram o de telecomunicações (+19,8%), atividades imobiliárias (17,5%) e agricultura, pecuária, pesca e caça (16%).

Cerca de 29,2% das novas empresas nasceram em Lisboa (mais 4,9% do que no ano anterior), 18,5% nasceram no Porto (4,7% do que em 2014) e 8,2% em Braga (que cresceu 1,2% face a 2014). Em 2015, as empresas também cumpriram mais com os prazos de pagamento, com 19,9% a fazerem-no dentro do prazo, mais 2,5 pontos percentuais do que no ano anterior.

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Cerca de 48% das novas empresas foram constituídas por dois ou mais sócios (mais 8,8% do que em 2014). O número de sucursais de empresas estrangeiras também cresceu: 180 novas sucursais, mais 10,4% do que em 2014. Além destas, foram constituídas 615 empresas com participação estrangeira no capital, mais 38,4% do que em 2014.

Menos 6,7% de insolvências

As insolvências desceram pelo terceiro ano consecutivo – foram registadas 4.192 insolvências, menos 6,7% do que em 2014. O setor do Retalho foi o mais afetado, mas ainda assim caiu 8,5% face ao número de empresas que faliram no ano anterior. Seguiu-se a construção, com 735 insolvências, menos 19,6% do que em 2014.

O número de empresas que chegou mesmo a fechar portas representou, em 2015, 3,6% do tecido empresarial – quando no ano anterior tinha representado 3,4%. Contudo, os setores onde se registaram mais encerramentos de empresas foram também aqueles que registaram maior número de nascimentos: o dos serviços e o do retalho.

Os distritos com registo do maior número de nascimentos são também os que viram mais projetos fechar portas – em Lisboa encerraram 4.344 empresas (menos 3,1% do que no ano anterior) e no Porto encerraram 2.737 (+1,6%). Ainda assim, em Lisboa e no Porto nasceram 2,5 e 2,6 empresas e outras organizações, respetivamente, por cada uma que encerrou.