Explique lá esse conceito de “comer até ver estrelas”. É algum festival enfarta-brutos?
Não. Nesse sentido, o título é uma hipérbole. A Rota das Estrelas é um festival itinerante de alta gastronomia, em que os chefs anfitriões e boa parte dos convidados já foram distinguidos pelos Guias Michelin. Portanto, come-se e vêem-se estrelas, sim. Mas sem relação causa-efeito.

Como assim, um festival itinerante?
É itinerante porque se divide em seis eventos ao longo do ano em cidades e espaços diferentes. O primeiro deles acontece já a partir de sexta-feira 19 de fevereiro, no hotel The Cliff Bay, no Funchal. Aliás, a ideia para a primeira edição (2010) partiu, precisamente, de António Trindade, CEO do grupo Porto Bay, e do chef anfitrião, Benoît Sinthon. O festival termina em novembro, no algarvio Vila Joya. Entre eles há paragens no The Yeatman (março), Nectari, em Barcelona, (5-7 de maio), Eleven (17 de junho) e Bon Bon (outubro).

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O chef Benoît Sinthon, do Il Gallo D’Oro, durante a edição do ano passado.
(foto: © Henrique Seruca)

Disse Bon Bon?
Sim, é o restaurante algarvio que ganhou uma estrela Michelin em novembro último. Pode ler mais sobre ele neste artigo.

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E o Nectari? Achava que isto era um festival português.
O festival é português mas pelo segundo ano seguido faz uma incursão além-fronteiras. O ano passado foi ao As Garzas, em Malpica, perto da Corunha. Este ano o desvio é maior, para conhecer a cozinha do chef Jordi Esteve (que já trabalhou com Alan Ducasse ou Joachim Koerper, do Eleven) e respetivos convidados, no seu restaurante com estrela Michelin, no centro de Barcelona.

O que é que acontece em cada uma das paragens?
Depende. A Rota das Estrelas no The Cliff Bay não é igual à Rota das Estrelas no Eleven ou no Vila Joya. A ideia é comum a todos: cada chef dos restaurantes que acolhem o festival convidar pelo menos outros dois, com estrela Michelin, e juntos efetuarem pelo menos um menu degustação, honrando os produtos de cada região mas também as receitas que os tornaram famosos. Mas na primeira paragem, no Funchal, a festa é sempre maior.

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Lagostim com citrinos, macarron de maracujá e foie gras, um prato apresentado por Dieter Koschina (Vila Joya) na edição de 2015 do festival. (foto: © Henrique Seruca)

Então?
É que além dos jantares com menu degustação, o festival tem sempre um sem número de outras atividades, onde se destaca o Kitchen Alive, um jantar volante em que 11 chefs e alguns produtores e sommeliers convidados se apresentam em bancadas individuais e interagem com os convidados, com música e prova de vinhos à mistura.

Posso perguntar-lhes truques, dicas e outras coisas?
Pode perguntar-lhes o que quiser.

Gosto disso. Que chefs vão participar no Kitchen Alive deste ano?
Além de Benoît Sinthon, o chef da casa, participam três chefs com duas Estrelas Michelin: Erik van Loo (Parkheuvel, Holanda), Richard van Oostenbrugge (Bord’Eau, Holanda) e o nosso José Avillez (Belcanto, Lisboa). A eles juntam-se Olivier Barbarin (Châteaux d’Audrieu, França, 1 Estrela Michelin), Henrique Leis (Henrique Leis, Algarve, 1 Estrela Michelin), Kiko Martins (A Cevicheria e O Talho, Lisboa), Paulo Morais (atualmente sem restaurante, mas um dos maiores especialistas em comida asiática de Portugal), Joannic Taton (Les Terrasses de Lyon, França) David Faure (Aphrodite, França) e Miguel Gameiro (escola Alain Ducasse, Portugal).

Lista de peso. E cabem todos no mesmo espaço?
O evento começa no lobby inferior do hotel, atravessa o restaurante The Rose Garden, passa pelo interior da respetiva cozinha e acaba naquilo que dizem ser uma “micro experiência” no Il Gallo D’Oro, momento que é uma novidade deste ano. Ao todo são 21 estações de comida e 10 de bebida, espalhadas por esses quatro espaços.

O que é que se vai comer?
Coisas tão diferentes como caviar, mariscos, foie gras, ceviche, sushi e sashimi ou criações de cozinha molecular.

Mas o festival não acaba aí…
Não. Há outras atividades e dois jantares especiais, dias 22 e 23 de fevereiro (segunda e terça-feira) em que Benoît Sinthon recebe alguns convidados na cozinha do Il Gallo D’Oro.

Quem são?
No primeiro jantar, o chef francês convida Michael Van der Kroft (2 estrelas Michelin no holandês ‘t nonnetje), o chocolatier Christophe Renou (da Valrhona) e o pasteleiro francês, considerado o melhor do país nessa especialidade em 2015, Julien Boutonnet. Já no segundo, os convidados vêm de alguns dos melhores restaurantes do Algarve: Dieter Koschina (Vila Joya), Hans Neuner (Ocean) e Rui Silvestre (Bon Bon). Renou e Boutonnet repetem a presença para adocicar o final da refeição.

E preços?
O Kitchen Alive (19 de fevereiro) custa 140€ por pessoa. O jantar de 22 de fevereiro custa 160€ e o do dia seguinte fica por 200€ por pessoa. As marcações podem ser feitas pelo 291 707 700 ou pelo email info@cliffbay.com.