A Bulgária está interessada em comprar F16 a Portugal e já fez a pergunta ao atual Governo sobre se tinha aparelhos disponíveis para venda, à semelhança do que aconteceu recentemente com a Roménia.

O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, confirmou esse contacto, durante a audição parlamentar sobre o Orçamento para 2016 e na sequência de uma pergunta do CDS, adiantando, contudo, que os aviões F16 que a Força Aérea tem são necessários e que não podem ser alienados. O Governo, revelou o ministro, está a “estudar a hipótese” de adquirir mais F16, que são disponibilizados pelos EUA a Portugal ao abrigo de um acordo militar bilateral de cooperação, para depois fazer, em solo português, uma modernização (MLU) das aeronave e vendê-las posteriormente.

“Não vamos pôr em causa a capacidade operacional da Força Aérea”, garantiu o ministro, acrescentando que a Bulgária manifestou o seu interesse dada a “qualificação, honestidade e cumprimento de prazos” evidenciados pelas Forças Armadas.

Os aviões norte-americanos iriam substituir os Mig-21, de fabrico soviético, da Força Aérea búlgara.

Portugal vendeu, em 2013, 12 aviões F16 à Roménia por 78 milhões de euros. Os aparelhos vão ser entregues durante este ano e 2017.

O contrato tinha o valor de 186 milhões de euros, mas como a modernização custou 108, o lucro foi de 78 milhões. Três dos 12 aviões tiveram que ser comprados com o propósito de revenda aos EUA, pois a Força Aérea só dispunha de nove.

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Ao todo, Portugal tinha 39 caças e a Força Aérea pretendia ficar com 30 – sendo que uma parte destes ainda não fez a actualização mid-life update (MLU).

A primeira esquadra de 20 F-16 foi comprada no tempo de Cavaco Silva, numa altura em que o ministro da Defesa era Fernando Nogueira, tendo os aviões chegado a Portugal em 1994. A segunda esquadra foi comprada durante o governo de António Guterres, era ministro da defesa Veiga Simão, tendo as aeronaves sido entregues à Força Aérea portuguesa em 1999. Nessa altura, custaram 50 milhões de euros.

Desde que a segunda esquadra foi recebida que o objetivo era modernizá-la, razão pela qual os aviões ficaram na base de Monte Real exatamente como vieram dos EUA, empacotados por blocos de peças, à espera de haver dinheiro para a sua montagem. Esse trabalho só começou em 2004, na OGMA, foi sendo gradual e, a determinada altura, a prioridade foi preparar primeiro os aviões a ser vendidos.