Não é novidade que o Fundo Monetário Internacional [FMI] considera irrealista a meta de défice de 2,2% do PIB inscrita pelo Governo no Orçamento do Estado. Mas agora é o antigo chefe de missão do FMI em Portugal a dizer que os esforços de consolidação orçamental nos últimos dois anos vão no “caminho errado” e que são necessárias “medidas adicionais”, ou seja, mais austeridade.

As declarações de Poul Thomsen foram feitas durante uma conferência de imprensa nos Encontros de Primavera do FMI, em Washington. O atual diretor do departamento europeu do FMI, citado pela Reuters, considera que “houve um relaxamento orçamental nos últimos dois anos, que claramente vai na direção errada para um país que não tem margem orçamental e possui uma dívida elevada.”

E acrescentou, Thomsen, entre o alerta e o elogio: “Portugal está numa situação difícil. Implementou importantes reformas estruturais e está numa posição fundamentalmente melhor do que antes da crise. Mas achamos [FMI] que são necessárias medidas adicionais para atingir o objetivo de 2,2% a 2,3% de défice que o Governo definiu para si próprio.”

Recorde-se que as previsões do FMI apontam para um défice orçamental de 2,9% este ano.

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