“Isto Stalin(do), está!”

O cartaz da JSD causou burburinho. Nele, o líder da Fenprof, Mário Nogueira, é comparado a outro antigo líder, o da União Soviética, Josef Estaline. O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, é outro dos visados, sendo uma “marioneta” de Mário Nogueira.

O primeiro ainda não viu o cartaz em questão, mas esta terça-feira, em declarações ao Expresso, já reagiu, assumindo que a Fenprof pondera agir judicialmente contra a JDS, pois, mais do que uma falta de respeito para com o próprio Mário Nogueira, este considera-a “uma falta de respeito para quem foi vítima desse ditador”.

Depois da defesa, o ataque:

Um insulto pessoal vindo dos garotos da JSD não me surpreende nada. Sempre tive a noção de que gente cuja formação é feita na universidade de Castelo de Vide não tem cabeça para ir mais longe”, disse Mário Nogueira.

O líder da Fenprof considera que há, para lá do “mau-gosto”, uma “incapacidade absoluta [da JSD] para fazer a discussão política sobre a matéria da educação”, sobrando-lhe, por isso, o insulto. “Acho que os insultos devem ter limites, tal como não me passaria pela cabeça fazer um cartaz com a cara do presidente daquele partido [Pedro Passos Coelho] com um bigode à Hitler, embora discorde [das suas políticas]”, acrescentou.

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Mas a incapacidade que Mário Nogueira vê na JDS para discutir a educação, não é abrangente a toda a direita nem a todo o historial de ministros da Educação sociais-democratas. E explica: “No final do século passado e no início deste, encontrávamos gente de direita com pensamento político sobre as coisas, nomeadamente sobre a educação. Podíamos discordar sobre o projeto, mas reconhecemos que Roberto Carneiro [ministro da Educação no Governo de Cavaco Silva] ou David Justino [ministro da Educação no Governo de Durão Barroso] eram pessoas que tinham um projeto, que depois podíamos concordar ou discordar… Agora não há nada.”

Entretanto, o Gabinete Jurídico da Fenprof, em comunicado enviado às redações, confirmou que “irá avançar com um processo jurídico contra a JSD por ofensa ao bom nome desta Federação”, na sequência do que considera “uma inaceitável e condenável utilização, num cartaz virtual, da imagem” do seu Secretário-Geral.

“O Secretariado Nacional da Fenprof não pode admitir a utilização de meios ilícitos que ultrapassam a decência da ação política, a qual, desta forma, perde toda a credibilidade e tem de ser condenada, com a oportunidade que o ato (a publicação do cartaz) e o motivo (destruição da imagem de credibilidade do movimento sindical docente plasmado na intervenção da Fenprof) justificam”, lê-se no comunicado.