Moscovo referiu esta terça-feira que pretende discutir a segurança aérea sobre o Mar Báltico e os “riscos acrescidos” sobre a instalação de um escudo antimíssil norte-americano na Europa, no decurso da cimeira Rússia-NATO de quarta-feira em Bruxelas.

“O tema central do encontro serão as decisões da cimeira da Aliança de 08 e 09 de julho em Varsóvia sobre o reforço militar da NATO no seu flanco leste”, indicou em comunicado a diplomacia russa.

Moscovo pretende abordar a questão do “reforço da segurança aérea na região do Mar Báltico e os riscos acrescidos surgidos com a instalação do sistema antimísseis da NATO na Europa”, prossegue o comunicado.

Os países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), vizinhos da Rússia mas que integram a NATO, têm acusado com regularidade Moscovo de violações do seu espaço aéreo e com os equipamentos eletrónicos desligados para evitarem ser localizados por radares.

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O Pentágono também tem censurado a Rússia de promover manobras perigosas sobre o Mar Báltico. Em resposta, Moscovo acusa Washington de enviar “aviões espiões” invisíveis e não detetáveis pelos radares russos.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, a crise ucraniana e a situação no Afeganistão também estão incluídas na agenda da cimeira Rússia-NATO.

Na recente cimeira aliada de Varsóvia, a NATO decidiu deslocar quatro batalhões multinacionais, cada um integrado por 1.000 homens, para a Polónia e os países bálticos. Serão comandados pelos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Reino Unido.

Esta decisão insere-se num quadro mais geral do reforço da Aliança no seu flanco leste desde o final da Guerra fria, uma decisão que Washington justifica pela vontade de travar o “aventureirismo” no ex-espaço soviético. Por sua vez, Moscovo acusa a NATO de se focalizar numa ameaça russa “que não existe”.

Em paralelo, Washington deslocou recentemente para a Roménia e Polónia peças destinadas ao seu escudo antimíssil, que a Rússia considera estar dirigido contra a sua capacidade de dissuasão nuclear.

No final de junho o Presidente russo Vladimir Putin acusou a NATO de pretender envolver o seu país numa “frenética” corrida aos armamentos e de romper o “equilíbrio militar” em vigor na Europa desde a queda da União Soviética.

Na sequência da dissolução do Pacto de Varsóvia em julho de 1991, a NATO comprometeu-se em não estabelecer bases militares permanentes na antiga esfera de influência soviética na Europa de leste.