A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das ações do BPI, no dia em que os acionistas se reúnem, em assembleia geral, para discutir e, à partida, decidir sobre o fim dos limites de voto por acionista. A negociação só será retomada após “divulgação de informação relevante sobre o emitente”, lê-se no comunicado do regulador.

Da reunião desta quarta-feira, após dois adiamentos, espera-se que resulte o fim do impasse do futuro do banco, com o desbloqueamento do limite máximo de 20% dos direitos de voto.

Só com a desblindagem dos estatutos será possível dar seguimento à OPA lançada pelo CaixaBank, que possui 45% do banco liderado por Fernando Ulrich. É que o CaixaBank coloca como condição para o negócio o fim da limitação dos direitos de voto de maneira a garantir que o seu poder na instituição seja idêntico à participação que detém no seu capital. O banco espanhol tem quase 45% do capital do BPI, mas os seus votos estão limitados a 20%.

E para conseguir este desbloqueamento, que tem merecido a oposição da angolana Isabel dos Santos, o BPI enviou ontem uma carta para Luanda com uma proposta de venda de 2% do capital do Banco do Fomento de Angola à Unitel, empresa controlada pela empresária angolana, de forma a ir ao encontro daquela que era uma pretensão antiga de Isabel dos Santos e que passava por ter o controlo da maioria do capital daquela instituição financeira angolana.

Em troca, o BPI receberia 28 milhões de euros e a garantia de que a Unitel votaria a favor da desblindagem de estatutos do BPI. Com esta proposta de venda de 2% do BFA, o BPI daria também resposta a outra imposição do Banco Central Europeu: a redução da exposição excessiva a Angola.

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