O plano de negócios da Caixa Geral de Depósitos prevê cobrar mais quase 150 milhões de euros em comissões sobre os serviços bancários prestados aos clientes até 2020. A meta faz parte do plano negociado com a Comissão Europeia no ano passado, no quadro da recapitalização do banco do Estado e prevê uma subida das comissões líquidas para 0,46% do volume de negócios anual que junta os depósitos e créditos. A percentagem atual é de 0,36%.

O objetivo é atingir 523 milhões de euros em 2020, de acordo com documentos a que o Observador teve acesso, o que representa um aumento em quatro anos das comissões líquidas da ordem dos 37%, face aos valores cobrados em 2015 e previstos para o ano passado — na casa dos 380 milhões de euros.

A parte mais substancial deste aumento das comissões resulta da aproximação aos níveis praticados pelos bancos concorrentes, mas também são esperadas mais receitas com o crescimento do volume de crédito e recursos de clientes e com a evolução dos serviços bancários.

Cartões e transferências, créditos e garantias, bancassurance (oferta de produtos de seguros na rede bancária) e outros serviços bancários, são apontados como os segmentos onde a Caixa pretende cobrar mais comissões. O aumento de comissões, previsto no plano desenhado por António Domingues já está a ser comunicado aos clientes do banco público, ainda antes da nomeação do novo presidente, Paulo Macedo, avança o Jornal de Negócios.

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CDireta

Segundo o Negócios, os novos preços dos serviços bancários vão entrar em vigor em abril e maio e entre os agravamentos mais significativos estão os valores cobrados pela anuidades de cartões, requisição de cheques e transferências. Outro serviço que passa a ser cobrado, com o custo de um euro, é a atualização da caderneta dos clientes feita ao balcão.

O aumento das comissões cobradas aos clientes para compensar a queda das margens financeiras, em consequência das baixas taxas de juro, tem sido uma das respostas da banca para recuperar rentabilidade. A Caixa não tem sido uma exceção, no entanto, os números apresentados no plano de negócios da instituição indicam que o nível de comissões praticado pelo banco se encontra abaixo da percentagem média do volume de negócios registada nos principais bancos concorrentes e que varia entre os 0,55% no Novo Banco e os 0,61% verificados no BPI.

O reforço das valores cobrados aos clientes é uma das várias medidas previstas para elevar a rentabilidade do banco público que espera regressar aos lucros já este ano, de acordo com o plano apresentado em Bruxelas.