Os militares que queiram entrar para os Comandos, Paraquedistas ou Operações Especiais do Exército vão ter de fazer exames médicos para despiste de problemas de foro cardíaco ou ortopédico, informou esta quarta-feira o Exército. O acesso àquelas que são as forças de elite portuguesas vai passar a incluir três fases de avaliação médica.

“Na sequência das recomendações apresentadas pela Inspeção Técnica Extraordinária (ITE) efetuada pela Inspeção Geral do Exército (IGE) ao Curso de Comandos, o Exército procedeu à reavaliação das Provas de Classificação e Seleção (PCS) para ingresso nas Tropas Especiais”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Os exames de acesso às forças de elite vão ter agora três níveis. Na primeira fase, todos os candidatos aos Cursos de Tropas Especiais são sujeitos a uma “avaliação médica pré-participação”, nas Unidades de Saúde do Exército. Na seguinte, todos os casos que suscitarem dúvidas quanto à aptidão dos candidatos passam para uma avaliação mais específica do problema a aprofundar. Para a última fase de avaliação, ficam os casos que, ainda assim, suscitam dúvidas. Decisão final fica a cargo da Junta Militar de Aptidão.

Na sexta-feira, o Observador tinha avançado que o Exército quer passar a ter acesso aos processos clínicos dos militares que venham a inscrever-se nos futuros cursos de Comandos, porque a Inspeção Técnica Extraordinária instaurada na sequência da morte de dos recrutas do 127º curso, em setembro, detetou falhas no acesso aos dados clínicos.

O Diário de Notícias e o Expresso avançaram a 25 de janeiro que os dois oficiais e o sargento envolvidos na instrução do 127.º Curso dos Comandos – no qual morreram dois militares – tinham sido punidos com pena de suspensão. As mortes de Hugo Abreu e Dylan Araújo da Silva, em setembro, estão a ser investigadas também pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária Militar.

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