O primeiro grande desafio de Rex Tillerson, o 69º secretário de Estado dos EUA cuja nomeação foi uma das mais controversas da administração Trump, acontece esta semana. O responsável máximo pela diplomacia norte-americana vai encontrar-se com os países do G20 na quinta e na sexta-feira, em território alemão.

Aos 64 anos, Tillerson não tem qualquer experiência no campo da diplomacia, pelo que os olhos do mundo irão seguir todos os seus movimentos: como será que o secretário de Estado vai lidar com a Rússia, com a China ou com o auto-proclamado Estado Islâmico? Semelhante pergunta fez a NBC News que escreve que Tillerson deverá encontrar-se com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.

É a primeira oportunidade do norte-americano para se aproximar do Kremlin. Impossível é não recordar as polémicas que ligam os dois países, incluindo a expulsão de 35 agentes dos serviços de inteligência russos no final de 2016 pela ainda administração Obama. Mais: no mesmo dia da demissão de Michael Flynn, após informações de que teria enganado o vice-presidente sobre os seus contactos com a Rússia, a nação de Putin terá testado um míssil terra-ar que alegadamente viola os tratados internacionais.

A relação entre Donald Trump e a Rússia ainda nem arrancou e já está a ser testada, com o FBI, a CIA e a NSA a investigar membros da sua campanha por alegadas relações com responsáveis russos. Tudo isso considerado, a NBC News refere que há benefícios para Moscovo tendo em conta uma relação favorável com os EUA: um deles passa pelo levantamento das sanções internacionais de que foi alvo após a sua intervenção militar na Crimeia.

A China é outro tema quente, com alguns especialistas a acreditar que a relação entre este país e os EUA será um desafio ainda mais difícil. Depois daquilo que foi um corte de tradição nas relações entre Washington e Pequim — quando Trump ligou diretamente a Taiwan sem dar conta dessa intenção ao presidente chinês Xi Jinping –, os americanos passaram a respeitar o princípio da política de “uma só China”, que proíbe quaisquer relações diplomáticas com o governo de Taiwan. Esse é encarado como um passo fundamental para normalizar as relações entre os dois governos.

À posição favorável da China a nível global, económica e politicamente falando, acrescenta-se o facto de este país ser o aliado mais importante da Coreia do Norte, pelo que há interesse da parte dos EUA em desenvolver uma relação que permita Tillerson pressionar Pyongyang através de Pequim, escreve a NBC. Quanto ao Estado Islâmico, sabe-se que Trump prometeu, durante a campanha presidencial, “esmagar” a organização terrorista, ao mesmo tempo que condenava as medidas da administração Obama.

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