A 16 de março todos os caminhos do empreendedorismo foram dar à Culturgest, em Lisboa, onde decorreu a 3ª edição do Caixa Empreender Award.

Com centenas de participantes, o evento reuniu durante todo o dia empreendedores e potenciais investidores. Realizaram-se workshops, mesas redondas e palestras e foi identificada a startup mais promissora deste ano. Das sete finalistas, a grande vencedora do Caixa Empreender Award 2017 foi a tecnológica de segurança informática Probe.ly, recebendo um cheque de 100 mil euros atribuído pela Caixa Capital, unidade de capital de risco do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Este investimento visa assinalar e dar confiança a quem faz bem, promove um conjunto de ideias, estimula pessoas que apesar de todas as dificuldades e de recursos reduzidos pensam crescer, fazer melhor e diferente”, afirmou Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa, considerando que o grupo tem sido um “player” chave no apoio ao empreendedorismo.

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação discursou na reta final do evento e destacou a importância da inovação para criar mais e melhor emprego. “Se não conseguirmos inovar na Europa, não vamos conseguir criar riqueza e mais emprego. São as únicas armas de temos”, referiu.

Deixou ainda uma mensagem para os empreendedores. “Vão ter que contactar com os políticos e essa ligação será a chave para o êxito ou não”, afirmou Carlos Moedas, lembrando o impacto da regulamentação que exige “sentar à mesma mesa autoridades europeias e nacionais, reguladores e empreendedores”.

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Para que a inovação ganhe cada vez mais terreno na Europa, Moedas referiu ainda a importância da criação do Pan-European Venture Capital Funds-of-Funds que já marca um novo ciclo no apoio à inovação. O responsável destacou também o novo Conselho Europeu da Inovação, formado por 15 peritos internacionais em negócios, empreendedores e investigadores, com o objetivo de aconselhar o comissário em matéria de política de inovação. A ideia é apostar na flexibilidade e estar recetivo a ideias de várias origens e áreas de atividade.

Na sua opinião, Lisboa consolidou-se como um hub de empreendedorismo ao nível de cidades como Madrid ou Berlim. Portugal está a tornar-se um “excelente país para empreendedores”, em parte porque os jovens estão mais confiantes e com vontade de arriscar.

Uma ideia confirmada por Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal. “A nossa geração não respeita a tradição, mas a inovação”, destacou a gestora que subiu ao palco da Culturgest para fazer uma intervenção em que realçou a importância da inteligência artificial para o futuro.

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Portugueses com alma empreendedora

Um dos homens fortes da iniciativa Stephan Morais, administrador executivo da Caixa Capital, considerou que o ADN do empreendedorismo português está ligado ao espírito dos Descobrimentos: “Os portugueses são empreendedores como demonstra a nossa história”, sublinhou.

Na mesma linha, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, referiu números para sustentar a ideia de que os portugueses arriscam: “No ano passado, por cada empresa encerrada em Portugal nasceram 3,3 novas empresas. Somos empreendedores, necessitamos é que as novas empresas possam viver mais tempo, ter mais impacto na economia e criar mais emprego”. O ex-diretor executivo da incubadora Startup Lisboa realçou que o país deve aproveitar “a mais qualificada geração de portugueses para sair de uma profunda crise”.

Geração à escala global move ecossistema

O presidente da CGD, Paulo Macedo, considerou que a edição deste ano apresentava-se ainda mais internacional. “Assistimos ainda a mais pessoas com interesses nas startups portuguesas e o ambiente tornou-se mais internacional”, confirmou.

Stephan Morais, da Caixa Capital, também nota uma vocação além-fronteiras dos jovens: “Há uma libertação de uma geração que vê o mundo e tem uma ambição à escala global, o que é muito positivo.”

Vivia-se um ambiente de facto internacional com empreendedores, participantes em mesas redondas e workshops, assim como responsáveis de incubadoras e aceleradoras de startups a expor as suas ideias fluentemente na língua mais utilizada nos negócios. Nos corredores também se falava português, espanhol e francês.

O representante do Facebook em Portugal, Paulo Barreto, estava muito impressionado: “Estou surpreendido por toda esta energia positiva e por este ambiente de Web Summit. Obrigado nova geração”.

O evento concentrou-se em quatro áreas chave, pensadas para corresponder à organização da indústria da inovação e ao sistema de financiamento internacional: Digital, Enterprise IT, Smart Energy & Materials e Health. No Caixa Empreender Award 2017 marcaram presença 52 startups e mais de 800 participantes, entre os quais uma centena de investidores. Cada empreendedor deu “o tudo por tudo” nesta jornada. Há dias em que a inspiração pode valer milhares.