A Ordem dos Médicos chamou os 27 diretores clínicos dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do sul para avaliarem as consequências da redução de, pelo menos, 35% nos gastos com a contratação de profissionais.

“O Conselho Regional do Sul (CRS) da Ordem dos Médicos convocou, com caráter de urgência, os diretores clínicos dos hospitais do SNS da região sul para uma reunião”, a realizar-se na quarta-feira, para avaliar o impacto da redução na prestação de cuidados médicos à população, é referido numa nota da entidade.

Para os médicos, a decisão publicada em Diário da República esta semana “tem uma repercussão importante na já frágil capacidade dos serviços em colmatar insuficiências de recursos humanos”.

O diploma da execução orçamental, que foi publicado no Diário da República na segunda-feira, estabelece que os hospitais cortem, pelo menos, 35% nos gastos com a contratação de médicos tarefeiros externos ao SNS.

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Esta situação agrava as respostas às “crescentes insuficiências do SNS”, alertam os profissionais.

Com os contributos dos diretores clínicos, a Ordem dos Médicos pretende preparar uma intervenção “mais assertiva” dirigida ao Ministério da Saúde, com propostas e estratégias para tentar resolver “as insuficiências crónicas de profissionais no SNS”, principalmente nas regiões mais carenciadas.

O bastonário dos Médicos já tinha alertado na quarta-feira para as “consequências negativas” que cortes na contratação de médicos terão na população e anunciado que iria pedir uma reunião com o ministro da Saúde para manifestar desagrado por aquela decisão.

Também a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos tinha chamado a atenção para os efeitos “extremamente graves” nas urgências dos hospitais com a aplicação daquela medida.