O governo australiano suspendeu esta terça-feira todas as missões aéreas na Síria, após a ameaça da Rússia de que trataria como “potenciais alvos” todos os aviões da aliança norte-americana que sobrevoassem o território a oeste do rio Eufrates.

O rio Eufrates tem origem na Turquia e atravessa a Síria e o Iraque

O aviso do Kremlin surge depois de um caça sírio ter sido abatido por forças norte-americanas no domingo. Os Estados Unidos dizem ter atuado em defesa das forças que tentam libertar Raqqa, a capital do autoproclamado Estado Islâmico (EI) na Síria.

Enquanto medida de precaução, as operações de ataque da defesa australiana na Síria foram temporariamente suspensas”, comunicou o departamento de defesa australiano.

A Austrália mantém seis caças nos Emirados Árabes Unidos, que são usados para atacar o EI na Síria e no Iraque.

“O pessoal da força de defesa australiana está a monitorizar de perto a situação aérea na Síria e a decisão de retomar as missões será feita no devido momento”, confirmou um porta-voz do departamento de defesa australiano à ABC. Por sua vez, o ministério da defesa britânico, aliado aos EUA, avança que as operações do Reino Unido contra o EI na região se vão manter.

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A ameaça russa aos aviões da aliança foi feita esta segunda-feira e agravou a tensão entre os aliados de Washington e Moscovo sem precedentes, uma vez que os EUA abateram pela primeira vez um caça do regime sírio desde o início do conflito, há seis anos.

A Rússia salientou que vai controlar os movimentos destes aviões no futuro e tratá-los como “potencial ameaça”, mas garantiu que não serão abatidos aviões que não representem uma ameaça direta à frota russa.

Todo o tipo de veículos aéreos,incluindo caças e drones da aliança internacional, detetados a oeste do Eufrates serão controlados como potencial alvo”, confirmou o ministro dos negócios estrangeiros russo.

Um dos mais altos oficiais do exército norte-americano, Joseph Dunford, tentou minimizar as repercussões do incidente ao garantir que a linha de contacto direto entre a Rússia e os EUA, criada há oito meses, “ainda se encontra ativa e a funcionar”.

O Pentágono também insistiu que não procura agravar o conflito e que agiu apenas e só depois de o caça em questão ter bombardeado uma base terrestre de parceiros norte-americanos.