A três meses da data marcada para o referendo à independência da Catalunha, apenas 11,9% dos catalães acredita que o escrutínio resulte na efetiva cisão da região com o resto de Espanha. No entanto, mais de metade da população (54%) está disposta a participar na consulta unilateral marcada para 1 de outubro, nem que isso sirva apenas como pressão para que o Governo central se sente à mesa das negociações para discutir um novo modelo de autonomia para a região.

“Quer que a Catalunha seja um estado independente em forma de República?”. Segundo Carles Puigdemont, presidente do Governo regional da Catalunha, será esta a pergunta impressa nos boletins de voto. Espera-se agora a resposta do primeiro-ministro Mariano Rajoy que, em inúmeras ocasiões, disse que não irá permitir essa consulta.

Se não houver referendo, a Catalunha tem planos para declarar a independência

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Os dados, publicados pelo jornal La Vanguardia na sua edição de domingo, referem ainda que o “sim” receberia 42,5% dos votos, e o “não”, 37,6%.

Além disso, 62% dos entrevistados acham que o governo central deve permitir a realização da consulta, em vez de recorrer aos tribunais (esta medida tem o apoio de apenas 16,6% dos inquiridos). Menos simpatia ainda pela possibilidade de que Rajoy possa “castigar” a Catalunha suspendendo a autonomia de que a região já goza — uma medida apoiada apenas por 10,8% dos consultados.

O compromisso de referendo unilateral cresce nove pontos em relação à pesquisa anterior, em abril (28,8% para 37,8%).