É verdade que o “Banco de Portugal não se portou muito bem” no processo de conduziu à resolução do Banco Espírito Santo (BES), reconheceu este sábado a coordenadora do Bloco de Esquerda. Mas para Catarina Martins “não se pode desculpar quem atuou mal com o que o regulador possa não ter feito bem”.

É uma das primeiras reações políticas à entrevista ao antigo presidente do BES, publicada este sábado pelo Dinheiro Vivo, em que Ricardo Salgado reafirma as acusações ao Banco de Portugal que considera ser o principal responsável pelo colapso do BES, e nessa medida, pela criação dos lesados do banco.

Catarina Martins acrescenta ainda, em declarações aos jornalistas, que o Bloco de Esquerda “não aceita esse tipo de discurso” por parte do antigo líder do banco e do Grupo Espírito Santo.

Ricardo Salgado sobre o fim do BES. “Se o objetivo era destruir-me, não era preciso tanto”

Outra reação conhecida a esta entrevista é a do presidente da Associação dos Lesados do BES. Em declarações à RTP, Nuno Lopes Pereira sublinha que Ricardo Salgado é o “principal responsável pelo colapso do BES”.

Ainda que reconheça que o antigo banqueiro tem alguma razão no timing que aponta — segundo Ricardo Salgado foi a resolução do banco decidida pelo Banco de Portugal em agosto de 2014 que impediu o reembolso das aplicações feitas pelos chamados lesados do BES. Mas realça também que a situação criada pela gestão do antigo grupo Espírito Santo criou um efeito de bola de neve que provocaria o colapso do BES, mais cedo ou mais tarde.

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