A taxa de desemprego desceu de 10,1% para 8,8% no segundo trimestre deste ano, de acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo INE, o valor mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009. Emprego está a crescer mais entre as pessoas com menos qualificações.

Há mais de oito anos que a taxa de desemprego não estava num nível tão baixo. De acordo com o INE, só no entre abril e junho, 62,5 mil pessoas saíram da situação de desemprego. Mas o emprego cresceu ainda mais, o que indica não só um regresso de pessoas que estavam desempregadas a uma situação de emprego, mas também a entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho.

Em comparação com o que se passava há um ano, a diferença é ainda mais significativa. Face ao segundo trimestre do ano passado, há agora mais 157,9 mil pessoas com emprego.

A taxa de desemprego está a cair desde que atingiu um máximo de 17,5% no início de 2013. Desde então, a diminuição tem sido constante, mas com duas interrupções. No final de 2014, o desemprego aumentou, para voltar logo a descer. No final do ano seguinte aconteceu o mesmo, com um agravamento no final de 2015 e nos primeiros trimestres de 2016.

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Que tipo emprego foi criado?

Quase dois terços das pessoas que entraram no mercado de trabalho no segundo trimestre – sejam eles regressos ou novas entradas – são trabalhadores com um nível de escolaridade mais baixo, até ao básico. Dos mais de 102 mil novos empregos, 63,7 mil são ocupados por pessoas com este nível de escolaridade.

Os trabalhadores com habilitações até ao secundário e pós-secundário preenchem quase todo o resto do bolo, com 37,5 mil empregos. Já os trabalhadores com um curso superior, apenas 1100 novos empregos foram ocupados por trabalhadores com este tipo de habilitações.

Já a distribuição por setores, demonstra um crescimento mais equilibrado em números totais, com o setor dos serviços a criar 40 mil empregos, a Indústria, construção, energia e água outros 31,4 mil, e por fim, a agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca mais 30,9 mil.

No entanto, estes setores têm pesos diferentes no emprego total. Quase 70% da população está empregada no setor dos serviços. Já nos setores da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, são menos de 7% as pessoas que lá trabalham. Isto demonstra uma recomposição nos setores que estão a criar emprego, com um crescimento relativo consideravelmente maior nos setores que menos pessoas empregam, tradicionalmente.

Por exemplo, no setor que engloba a agricultura, o emprego cresceu 10,3%. Naquele que engloba a indústria, construção, energia e água 2,8%. No final, apesar de nominalmente os serviços terem crescido mais, face ao tamanho deste setor o crescimento relativo do emprego foi menor nos serviços, apenas 1,2%, e maior nos restantes.