O ministro das Finanças garantiu esta segunda-feira que o Governo vai avançar com a redução dos impostos para os trabalhadores com menores rendimentos já no próximo orçamento, mas não se comprometeu com um aumento nas pensões além do previsto na lei.

Num comentário aos números do crescimento económico dados a conhecer esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, a partir do Ministério das Finanças, Mário Centeno deu a garantia que no próximo orçamento vai ser possível avançar com a redução da carga fiscal para estes trabalhadores, tal como estava previsto no Programa de Governo.

“Há medidas que são muito relevantes e que estão previstas desde o início no Programa de Governo, como a redução da carga fiscal nos rendimentos mais baixos, um apoio do ponto de vista orçamental aos trabalhadores com rendimentos mais baixos, e essa medida vai ser concretizada e implementada no ano de 2018, porque criamos as condições orçamentais e na economia para o fazer”, disse o governante.

No entanto, no que diz respeito às pensões, Mário Centeno não garantiu mais do que o cumprimento do aumento anual das pensões, como a lei obriga a fazer.

“Os compromissos e a legalidade vão ser cumpridos em Portugal em 2018”, disse o governante, quando questionado sobre a possibilidade de haver novos aumentos de pensões no próximo orçamento, tal como aconteceu este ano, de forma extraordinária, para além do aumento legal previsto, calculado com base na taxa de inflação.

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Economia mantém crescimento de 2,8%, abranda ritmo de crescimento face ao primeiro trimestre

Sobre o crescimento da economia portuguesa, o governante fez questão de sublinhar que a economia renovou o mesmo ritmo de crescimento do primeiro trimestre – 2,8% em termos homólogos -, que é o nível mais elevado dos últimos dez anos, graças em boa parte ao aumento do investimento.

Sobre a desaceleração do crescimento face ao primeiro trimestre do ano – a economia cresceu apenas 0,2%, contra 1% do primeiro trimestre – devido a uma desaceleração das exportações maior que a verificada nas importações, o ministro lembrou que no início do ano as exportações cresceram acima de 10%, e que a desaceleração que existe é face a este nível elevado.

Além disso, disse Mário Centeno, falta conhecer os detalhes para perceber o que se passou com as exportações e os números das exportações para fora da União Europeia em julho, de acordo com a Autoridade Tributária, terão crescido 18%.