O Ministério da Administração Interna (MAI) ordenou ontem a abertura de um inquérito às condições de fornecimento de refeições aos bombeiros que estiveram em operações de combate a grandes incêndios durante o mês de agosto. A iniciativa surgiu depois de denúncias sobre a qualidade e adequação dos alimentos face ao desgaste que estas missões representam.

Um vídeo mostrado esta terça-feira pelo Jornal de Notícias mostra que a comida distribuída aos operacionais que estiveram nos incêndios no centro do país chegava em sacos de lixo e limitava-se a sandes, muitas vezes vazias, uma peça de fruta e ocasionalmente um sumo. O Público adianta que desde junho, quando começaram os grandes fogos no centro do país, que chegam queixas sobre a qualidade da alimentação fornecida aos bombeiros.

O inquérito ficou a cargo da Autoridade Nacional de Proteção Civil, no entanto, esta opção do MAI é fortemente contestada pelo presidente da Liga Nacional dos Bombeiros. Em declarações à Atena 1, Jaime Marta Soares questiona a isenção da ANPC para promover este inquérito, uma vez que é esta a entidade responsável pelo financiamento das refeições dadas aos bombeiros durante o combate aos fogos.

A Proteção Civil deve suportar financeiramente as refeições dos operacionais com os seguintes valores: almoço e jantar (sete euros por refeição), pequeno-almoço, lanche e dois reforços (1,80 euros), num total diário de 21,2 euros por pessoa. O apoio logístico nos locais do combate é da responsabilidade dos bombeiros e das câmaras municipais. O Ministério quer respostas até ao dia 30 de setembro.

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