Uma ‘delegação’ composta por 10 portugueses arranca no sábado para nova aventura na principal prova todo-o-terreno do mundo, o Rali Dakar, cuja 40.ª edição vai ligar a capital peruana Lima a Córdoba, na Argentina. É principalmente na competição de motos que Portugal tem conseguido brilhar, mas esta edição não está a começar da melhor maneira, contando-se já a ausência de Mário Patrão (KTM), que foi operado de urgência a uma apendicite, enquanto Paulo Gonçalves (Honda) se mantém em dúvida, sendo esperada ainda neste dia uma decisão final da equipa Honda.

Enquanto ainda não está confirmada a presença de Gonçalves, o que elevará para 11 a representação lusa, a categoria de motos contará para já com Joaquim Rodrigues (Hero) e Fausto Mota (KTM), ambos com a ambição de chegarem ao final e, se possível, nos primeiros postos.

Nos carros, realce para o experiente Carlos Sousa (Renault), para o ‘estreante’ André Villas-Boas (Toyota), que vai contar com o piloto de motos Rúben Faria como seu navegador, e para Filipe Palmeiro, que será o navegador do chileno Boris Garafulic (Mini).

Pedro Mello Breyner (Yamaha), acompanhado pelo também português Pedro Velosa, estreia a participação lusa nos ‘buggys’, sendo que 13 pilotos vão procurar se evidenciar na mais recente classificação do Dakar, a classificação SSV.

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Além dos que vão competir diretamente, seja como pilotos seja como navegadores, a presença portuguesa far-se-á sentir também com Armando Loureiro, mecânico do francês Michel Boucou (DAF), e com Marco Moreiras, mecânico na equipa do alemão Matthias Behringer (MAN), ambos na categoria de camiões.

O ‘senhor Dakar’, o francês Stéphane Peterhansel, parte num carro Peugeot, marca que anunciou que no final desta edição abandona a prova, partindo o gaulês, campeão em título, em busca da sua 14.ª conquista, entre motos e automóveis.

O catari Nasser Al-Attiyah (Toyota), os espanhóis Nani Roma (Mini) e Carlos Sainz (Peugeot), antigos campeões, e os também franceses Sebástien Loeb (Peugeot), nove vezes campeão do mundo de ralis, e Cyril Després, cinco vezes campeão do Dakar nas motos, são os principais candidatos na luta pela sucessão a Peterhansel.

Loeb já disse que esta será “a última oportunidade para vencer”, enquanto Sainz mostrou o desejo de “vencer na última corrida com a Peugeot”, pelo que a vida de Peterhansel, campeão seis vezes em motos e sete nos carros, as duas últimas em 2016 e 2017, não será fácil.

Em duas rodas, o britânico Sam Sunderland (KTM), vencedor em 2017, volta a ser um nome a ter em conta, além do austríaco Matthias Walkner (KTM) e de Paulo Gonçalves (Honda), ainda que o luso chegue ao Peru afetado pela lesão no ombro.

O espanhol Joan Barreda (Honda) é outro dos rivais dos pilotos da KTM, ao lado do francês Adrien Van Beveren (Yamaha) e do chileno Pablo Quintanilla (Husqvarna), outros nomes apontados à disputa pelos primeiros lugares.

A prova arranca no Peru, com cinco dos sete dias nas dunas reservadas para as passagens por Lima, Pisco, San Juan de Marcona e Arequipa, com as dificuldades a começarem logo nos primeiros dias antes da entrada na Bolívia, que antecede as seis tiradas finais em solo argentino.

Na Bolívia, o principal adversário será a altitude, com cinco dias de prova a mais de 3 mil metros acima do nível do mar. A jornada de descanso, em 12 de janeiro, será também em altura, já que a paragem vai ser cumprida em La Paz, a capital mais alta do mundo, com 3.600 metros de altitude.

O percurso foi desenhado para ser “desafiante”, apresentar “condições climatéricas difíceis” e dificuldades acrescidas aos pilotos, segundo explicou o diretor da prova, o francês Etienne Lavigne, que pretende assim comemorar da melhor forma o 40.º aniversário da corrida e o 10.º desde a mudança para a América do Sul.

Ao todo, motos e ‘quads’ atravessam um total de 8.276 quilómetros, 4.234 deles cronometrados, com os carros a atravessarem 4.329 de especiais e 8.793 no total, pouco mais que os camiões (8.710).

A 40.ª edição do Rali Dakar em todo-o-terreno arranca no sábado, com partida em Lima, e termina em 20 de janeiro, em Córdoba, na Argentina.