Um grupo de cidadãos integrantes do movimento “Q Sintra — em defesa de um sítio único” e das associações cívicas e culturais Canaferrim e Sintra Penaferrim contestam a construção de um parque de estacionamento no Largo D. Fernando II, mais conhecido como Largo da Feira, em São Pedro de Sintra.

Os cidadãos, que se manifestaram numa sessão extraordinária na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Sintra no final da semana passada, defendem que “qualquer intervenção no local deve ter como objectivo o reforço da sua identidade histórica e da sua utilidade social, numa perspectiva de espaço público de qualidade e sustentável”.

Em comunicado, o movimento e associações dizem reconhecer que “a actual utilização do espaço está desvirtuada com estacionamento indisciplinado” e apoiam a realização de obras de melhoria no Largo. Contudo, os cidadãos consideram que a construção de um parque de estacionamento “aparece à revelia das boas práticas de gestão autárquica e das mais recentes teorias urbanísticas que privilegiam o peão em detrimento do automóvel”, acrescentando ainda que este irá agravar os problemas de mobilidade e tráfego dentro do Centro Histórico de Sintra.

O grupo de cidadãos propõe assim, “a favor dos moradores e do comércio local”, a criação de estacionamento com um total máximo de 30 a 40 lugares nas ruas Marquês de Viana e Serpa Pinto, que se encontram junto ao largo.

Na declaração entregue à Assembleia, o movimento e associações dizem considerar determinante a instalação de parques de estacionamento fora do núcleo urbano de Sintra, os quais devem ser servidos por uma “rede de transportes ecológicos e integrados” e que interliguem São Pedro de Sintra, Chão de Meninos, Portela, Estefânia, Vila Velha e os monumentos localizados na Serra. O objetivo é que o estacionamento no Centro Histórico seja tendencialmente reservado a residentes, cargas e descargas e tomada e largada de passageiros — exceptuando transportes turísticos, cujo estacionamento “deverá ficar limitado aos parques periféricos”.

Os cidadãos dizem estar dispostos “a levar a sua contestação até às últimas consequências, para travarem o que consideram um atentado ao espírito do lugar e às características que levaram a UNESCO a classificar Sintra como Património Cultural da Humanidade.”

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