Uma intensa queda de granizo provocou “elevados prejuízos” em vinhas da freguesia de Carrazedo de Montenegro, concelho de Valpaços, disse à agência Lusa o presidente da junta de freguesia. Em Chaves, há mais de uma dezena de casas inundadas.

António Jesus da Costa referiu que o mau tempo que se verificou por volta das 19h de terça-feira, com muito granizo e chuva, provocou, em pleno mês de agosto, “bastantes prejuízos” em vinhas de algumas aldeias desta zona do concelho de Valpaços, distrito de Vila Real.

O autarca apontou que o granizo “caiu durante cerca de 30 minutos” e que as “pedras eram de grande dimensão”. António Jesus da Costa contou que lhe foram relatados estragos por parte de viticultores e que, durante a manhã, vai ser feito um levantamento da situação.

À Rádio Observador, o presidente explica que a queda do granizo, do tamanho de “ovos de galinha”, afetou “tudo” na parte da agricultura mas que ainda não há avaliação dos estragos.

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O mau tempo verificou-se a poucas semanas do início da vindima neste território. Esta é ainda uma zona de produção de castanha, mas, segundo o autarca em declarações à Lusa, para já ainda não lhe foram apontados prejuízos nesta cultura.

O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real disse à Lusa que a chuva forte e o granizo de terça-feira provocaram 17 ocorrências, nos concelhos de Chaves e Valpaços (Carrazedo de Montenegro) relacionadas com inundações, principalmente em garagens e caves, e quedas de árvores.

Chuva forte e granizo em Chaves danificam edifícios e culturas agrícolas

O mau tempo que se fez sentir em Chaves na terça-feira à noite causou danos na agricultura, inundações em estradas, em edifícios públicos e privados, disse hoje o presidente da câmara.

Tivemos uma intensa trovoada de verão, com chuva muito intensa e queda de granizo durante alguns minutos”, explicou o autarca de Chaves, no distrito de Vila Real, Nuno Vaz.

Ao início da noite de terça-feira, choveu mais em Chaves durante uma hora e meia do que em média choveu durante todo o mês de agosto nos últimos anos, disse ainda. A chuva forte levou a 17 ocorrências por inundações, quer em habitações ou estabelecimentos comerciais quer em edifícios públicos.

Nuno Vaz explicou que o pavilhão Expoflávia sofreu a queda de placas internas, o arquivo municipal corrente teve uma inundação de água de 20 centímetros e o edifício do serviço de águas teve também uma inundação na zona do arquivo.

Não sabemos ainda a dimensão e os prejuízos económicos, mas esta situação veio agravar aquela já vivida no concelho nos últimos 15 dias, com dois incêndios, um deles muito relevante”, destacou.

No centro da cidade, junto à ponte romana e ao rio Tâmega, vários estabelecimentos comerciais sofreram com as inundações.

Segundo Leopoldina Abreu, proprietária de um comércio de material de pesca, recordações e ferramentas, a água entrou no estabelecimento durante a noite. “Entrou água, lama e terra na loja e atingiu algumas caixas de cutelarias. A rua onde estamos devia ser arranjada, pois tem uma lomba ao meio e desce nas laterais e a água entra nos edifícios”, explicou.

Para o presidente da Câmara de Chaves, o trabalho das corporações dos bombeiros do concelho permitiu resolver rápido as ocorrências e “evitar consequências negativas”.

Fora da zona urbana, vários terrenos agrícolas sofreram com a queda de granizo, causando prejuízos em culturas como o milho, batata, uvas ou quivis.

Berlarmino Magalhães viu as suas culturas serem destruídas devido à queda de grandes pedras de gelo. “O prejuízo foi grande. Na horta os pimentos ficaram mesmo esburacados com as pedras de gelo, mas estragou-se também o feijão-verde e os tomates”, realçou, acrescentando que o seu terreno com cultura de milho também ficou destruído. Nos terrenos à volta da sua habitação era possível ver ainda, por volta das 12h, pedras de gelo resultantes da queda de granizo.

Para o autarca de Chaves, a intempérie agrava ainda “o sentimento de alguma desolação” que já existia por causa da pandemia e “tem impacto negativo na comunidade”.

“Fenómenos da natureza como estes acontecem cada vez com mais frequência. Teremos todos que salvaguardar mais e melhor este tipo de consequências, tendo seguros que cubram este tipo de prejuízos”, frisou Nuno Vaz.