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Quem são os candidatos a sucessor de Alberto João Jardim

Depois de perto de quatro décadas à frente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim retira-se de cena. Conheça os candidatos que disputam a sucessão nas eleições regionais.

Longe vão os tempos das campanhas eleitorais ruidosas, dos palcos com artistas convidados, de uma Madeira coberta por cartazes marcada por um discurso político radical em que inaugurações do governo se misturavam com as ações de propaganda, com cenas que muitas vezes exigiram a intervenção da policia. Com a saída de Alberto João Jardim tudo ficou mais calmo. Este ano, as onze forças que se fazem às urnas a 29 de março, três delas coligadas, optaram pelo contacto direto com a população e com os jantares-comício.

A linguagem está mais branda. A oposição tenta colar Miguel Albuquerque à política jardinista, revelando, ainda, um sentimento de orfandade pela perda de Alberto João Jardim. Enquanto isso, o novo lider do PSD só pontualmente reage às acusações reiterando que a Madeira entrou “num novo ciclo”.

A Coligação Mudança, liderada pelo PS levando à boleia o controverso PTP de José Manuel Coelho, o MPT e o PAN, não foi bem aceite pelos socialistas da velha guarda. Poucos entendem este acordo que quase coloca em segundo plano o PS, mas que assegura os três deputados de Coelho.

Muitos preconizam que esta coligação poderá desfazer-se logo após as eleições pois ninguém acredita que o PTP, com uma matriz de intervenção parlamentar radicalizada, se compagine com o perfil socialista. O PS corre o risco de ir para congresso logo depois das eleições, levando à queda de Victor Freitas, apoiante de António José Seguro, sendo provável que o economista Carlos Pereira, número dois da lista, se candidate à liderança.

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PSD. Albuquerque, o advogado que se tornou o sucessor de Jardim

Miguel Albuquerque, o advogado que foi presidente da Câmara Municipal do Funchal e se tornou o sucessor do carismático líder madeirense, Alberto João Jardim, é o candidato do PSD/Madeira à presidência do governo do arquipélago. Miguel Filipe Machado de Albuquerque nasceu no Funchal em maio de 1961, é licenciado em Direito e exerceu a advocacia entre 1986 e 1993.

Dedicou-se à política desde cedo, sempre como militante do PPD/PSD, tendo sido líder da JSD madeirense, deputado na Assembleia Legislativa da Madeira e presidente da Câmara do Funchal, entre setembro de 1994 e outubro de 2013, não podendo voltar a candidatar-se devido à lei da limitação de mandatos.

Foi também presidente da Associação dos Municípios da Madeira (1994-2002), vice-presidente do PSD/Madeira e responsável pelo conselho de jurisdição da estrutura regional do partido.

Durante anos foi considerado um dos “delfins” de Jardim, mas assumiu publicamente as suas diferenças com o líder, tendo sido o primeiro a ousar disputar a sua liderança do partido, numas eleições diretas em 2012, das quais saiu derrotado por 142 votos. Miguel Albuquerque é divorciado, tem cinco filhos, sendo publicamente conhecida a sua paixão pela música, sobretudo o jazz, e muitas vezes foi visto a tocar piano em alguns eventos públicos.

Também gosta de rosas, estando ligado a um roseiral na freguesia do Arco de São Jorge, concelho de Santana, no norte da Madeira, onde existe uma coleção com cerca de 17 mil roseiras de mais de 1.700 espécies, e que é considerado “o quarto maior roseiral da Europa”.

CDU. Edgar Silva, o padre que fez da política a sua vocação

Edgar Freitas Gomes da Silva, que continua a ser conhecido na Madeira como o “padre Edgar”, é o cabeça-de-lista da Coligação Democrática Unitária (CDU) às eleições regionais de 29 de março. Hoje, com 52 anos, Edgar Silva continua a ser oficialmente padre, mas está desvinculado do ministério sacerdotal, tendo as lides políticas falado mais alto do que a vocação religiosa.

Licenciado em Teologia, fundou o Movimento do Apostolado das Crianças (MAC), que surgiu, entre outros aspetos, para ajudar os “meninos das caixinhas”, que solicitavam apoio para as crianças mais desfavorecidas. Destacou-se ainda pela sua intervenção na denúncia dos problemas de pedofilia na ilha.

Em 1996 candidatou-se como independente nas listas da CDU nas eleições regionais. Desde 1998 que é o principal rosto do Partido Comunista (PCP) na Madeira e um dos deputados que mais intervém na Assembleia Legislativa da região. Edgar Silva volta a encabeçar a candidatura da CDU, apoiada pelo PCP e pelo Partido Ecologista os Verdes.

CDS/PP-M. José Manuel Rodrigues trocou o jornalismo pela política

O jornalista madeirense José Manuel Rodrigues, que trocou as notícias pela política, é desde 1997 o líder do CDS/PP-Madeira e encabeça a candidatura do partido nas eleições legislativas antecipadas que se realizam no arquipélago a 29 de março. Sempre se assumiu como um democrata-cristão, tendo sido presidente da Juventude Popular da Madeira entre 1976 e 1978. Escolheu o jornalismo como profissão e começou a sua carreira no Jornal da Madeira, passando depois pelo centro regional da ANOP (Agência de Notícias de Portugal) e pela RTP-Madeira.

No canal televisivo regional tornou-se um dos rostos mais conhecidos dos madeirenses porque todas a noites, durante 15 anos, foi ‘pivot’ dos noticiários na região. José Manuel Rodrigues também foi presidente da delegação do Sindicato dos Jornalistas da Madeira.

A sua carreira política efetiva principiou em 1995, quando encabeçou a lista do CDS-PP nas eleições legislativas nacionais pelo círculo da Madeira, mas não conseguiu o lugar na Assembleia da República apenas por mil votos. No ano seguinte foi eleito deputado para o parlamento madeirense e, em 1997, assumiu a liderança do partido na região, cargo que exerce até hoje, tendo sido sucessivamente eleito em eleições regionais em 2000, 2004 e 2007.

Em 2009, foi eleito deputado para a Assembleia da República, mas regressou à Madeira, tendo nas últimas legislativas de 2011 conseguido tornar, pela primeira vez, o CDS/PP no segundo partido mais votado na região e o principal da oposição política insular, lugar que foi detido pelo PS, elegendo um grupo parlamentar com nove deputados.

PS: Victor Freitas, o líder que admira Mandela encabeça coligação Mudança

O presidente do PS/Madeira, Victor Spínola de Freitas, é o cabeça de lista da coligação Mudança, apoiada pelo PTP, MPT e PAN, que concorre às eleições regionais convocadas para 29 de março. Nascido em 1971, em Moçambique, Victor Freitas chegou à terra dos pais, emigrantes madeirenses, em 1976 quando estes retornaram à ilha, fixando-se a família em Santana, um dos concelhos no norte da Madeira, onde viveu até aos 18 anos.

Embora as ciências sejam a sua vocação, sendo técnico nos laboratórios de Química da Universidade da Madeira, ingressou na licenciatura de Biologia e foi dirigente da associação de estudantes da academia madeirense, mas acabou por se dedicar a tempo inteiro à política.

Da sua carreira na política regional constam o desempenho dos cargos de autarca na Câmara Municipal de Santana, presidente da Juventude Socialista (1998-2002), deputado na Assembleia Legislativa desde 2004, líder do grupo parlamentar do PS no parlamento insular (2007-2008) e secretário-geral do partido na região.

Desde dezembro de 2011 que é o presidente dos socialistas insulares, tendo sido reeleito em 2013. “Tudo parece impossível até que seja feito” é a frase de Nelson Mandela que Victor Freitas adotou como lema de vida, sobretudo no projeto de suceder a Alberto João Jardim na presidência do Governo Regional da Madeira.

PND. Gil Canha, o empresário surfista que encabeça lista do Partido Nacional Democrático

O empresário agrícola que retempera as forças praticando surf nos mares da Madeira, Gil Canha, é o primeiro candidato na lista do Partido Nacional Democrático (PND) às eleições regionais de 29 de março. Com 53 anos, Gil da Silva Canha, tem licenciatura em História e Ciência Sociais e uma pós-graduação em Cultura Americana pela Universidade norte-americana de Hayward. O ex-militar, que esteve ligado a atividades radicais e desportivas, foi o fundador da associação ambientalista madeirense Cosmos.

Também foi um dos criadores do jornal satírico regional O Garajau, um quinzenário entretanto extinto cujos artigos publicados estão na base de vários processos judiciais que o levaram frequentes vezes ao banco dos réus nos tribunais da Madeira. Gil Canha foi eleito em 2009 vereador da Câmara Municipal do Funchal nas listas do PND.

Em 2013 foi reeleito depois de o partido ter integrado a coligação Mudança (PS, PND, BE, PTP, MPT, PAN), liderada por Paulo Cafôfo, que hoje preside à principal autarquia do arquipélago. Mas o dirigente do PND acabou por se demitir quando entrou em rota de colisão com o atual presidente, provocando um “terramoto” político no município.

Estas diferenças insanáveis provocadas pela reestruturação dos pelouros atribuídos aos vereadores e ao presidente fizeram o partido abandonar a vereação da CMF. Atualmente, Gil Canha é um empresário agrícola visto muitas vezes a surfar as ondas dos mares da Madeira.

BE: Bloco de Esquerda mantém coordenador regional como candidato

O educador social Roberto Almada, o coordenador regional do Bloco de Esquerda (BE) na Madeira, volta a ser o candidato desta força política que foi afastada do parlamento regional nas últimas regionais em 2011. Com 44 anos, o responsável do BE-Madeira tornou-se uma figura mais visível na política ativa regional em 1999.

Em 2002 estreou-se na Assembleia Legislativa da região quando substituiu o histórico da UDP/Madeira, Paulo Martins, na sequência da rotatividade implementada pelo partido neste arquipélago. Paulo Martins nunca mais voltou a ocupar o lugar por motivos de saúde, afastou-se da vida política ativa e faleceu em outubro do ano passado.

Roberto Almada terminou esse mandato em 2005, mas só regressou ao parlamento madeirense em 2008 e tem sido o cabeça de lista repetente nas listas de candidatos do BE em diferentes sufrágios no arquipélago. Nas legislativas regionais de 2011, o Bloco de Esquerda não conseguiu manter o lugar que ocupava no parlamento da Madeira. O partido continua agora a lutar para se afirmar no cenário político deste arquipélago.

Roberto Almada, que foi o primeiro e o último deputado que o BE teve na Assembleia Legislativa da Madeira, lidera a candidatura para tentar voltar a sentar um representante bloquista no parlamento insular.

PCTP/MRPP. Militante clandestino do PCP é rosto da candidatura

Alexandre Almeida Caldeira, de 68 anos, que nasceu em Aveiro, no concelho de Oliveira do Bairro, e fixou residência na Madeira há mais de 30 anos é o cabeça de lista da candidatura do PCTP/MRPP às eleições regionais de 29 de março.

Em termos profissionais, o candidato foi tipógrafo, metalúrgico e operário da construção civil. Em 1999, ficou desempregado, o que o levou a abrir um pequeno café na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, que entretanto fechou as portas.

Militante do Partido Comunista durante o Estado Novo passou à clandestinidade em 1971, na sequência do trabalho que desenvolveu pelo MRPP em Castelo Branco, Guarda, Viseu e Aveiro. Depois de se fixar na Madeira foi eleito como independente nas listas do PS como deputado municipal em Santa Cruz.

PNR: Enfermeiro estreia-se como candidato do Partido Nacional Renovador

António Álvaro Araújo, de 39 anos, é um enfermeiro madeirense que gosta de música e que encabeça a candidatura do Partido Nacional Renovador (PNR), uma força política que concorre pela primeira vez numas eleições legislativas na Madeira. O candidato nasceu no concelho de Câmara de Lobos e é enfermeiro há quase 15 anos.

Álvaro Araújo candidatou-se pelo Movimento Partido da Terra (MPT) nas autárquicas de 2009 ao concelho de Machico. Deixou-se cativar pelo projeto do PNR no início deste ano ao aceitar ser o candidato número um da candidatura do partido na região. Com o 8.º grau de violoncelo do Conservatório de Música da Madeira, a música é uma das suas atividades preferidas, tendo sido o trompetista de uma banda regional e professor nesta área.

PPM/PDA. Ex-militante socialista encabeça lista da Plataforma de Cidadãos

Miguel Luis Fonseca é um professor de 58 anos e um ex-militante do PS que lidera o projeto da Plataforma de Cidadãos, apoiada pelo PPM e PDA, que concorre às eleições regionais.

Este antigo bancário, que também foi funcionário público, tornou-se militante do PS na Madeira em 1996, mas acabou por se desvincular do partido em 2011, alegando discordâncias da liderança e relativamente ao processo de preparação do ato eleitoral para a escolha dos deputados do parlamento regional nesse ano.

Miguel Luis Fonseca liderou o “Movimento Madeira – Autonomia”, um projeto cívico que faz da defesa da autonomia da região um fundamento para a coesão nacional ao nível económico e social, defendendo ainda a criação de um pacto democrático na Madeira que congregue partidos políticos, instituições públicas e privadas. Acabaria por renunciar ao cargo de presidente da direção desta associação quando formalizou a candidatura a estas eleições regionais. A leitura é um dos principais passatempos deste candidato que desde a juventude gosta de fazer caminhadas na natureza.

Juntos pelo Povo: O arqueólogo que iniciou os movimentos de cidadãos na região

Élvio Sousa, o arqueólogo que é presidente da junta de freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, encabeça a candidatura do Juntos Pelo Povo (JPP), partido que se estreia nas eleições regionais de 29 de março na Madeira.

Élvio Duarte Martins Sousa tem 41 anos e foi o fundador e principal dinamizador do movimento de cidadãos JPP, que surgiu na freguesia de Gaula, Santa Cruz, em 2009, e acabou por afastar o PSD da presidência do município daquela localidade e de todas as juntas nas últimas autárquicas.

Com o objetivo de estender este projeto político a toda a região, o movimento decidiu tornar-se num partido e tem como cabeça de lista este licenciado em História, mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Élvio Duarte Martins é também investigador do Centro de História de Aquém e de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa.

Élvio Sousa tem vários trabalhos de investigação e de arqueologia publicados, tendo recebido o Prémio Europeu na área científica de Arqueologia atribuído pelo ‘Council For Kentish Archaeology’ no Reino Unido, e é o principal dinamizador do projeto do núcleo museológico do Ribeirinho, em Machico. Da família do candidato destaca-se o irmão Filipe Sousa, atual presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, eleito pelo JPP.

MAS. Antigo militar da Força Aérea é cabeça de lista do MAS

José Carlos Gonçalves Jardim é um antigo militar da Força Aérea Portuguesa que faz o seu batismo na política ativa, encabeçando a candidatura do Movimento Alternativa Socialista (MAS), o qual participa pela primeira vez numas eleições legislativas na Madeira. Este madeirense, com 62 anos, cumpriu o serviço militar em Angola, em 1974, e assume-se como um independente. Não tem filiação partidária e nunca participou em atividades de qualquer força política.

Admitiu, no dia a entrega das listas no tribunal da Comarca da Madeira (a 16 de janeiro), que é familiar [primo legítimo] do presidente cessante do governo madeirense, Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim. Além de militar da Força Aérea Portuguesa, João Carlos Jardim também foi empregado no setor comercial e trabalhou no secretariado do mercado abastecedor em São Martinho, no Funchal.

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