Sobremesas chamadas “dedos de senhora”, iogurtes com bactérias especiais, pratos em forma de dirigíveis e até o embaixador da Eslováquia a mostrar em vídeo como fazer o prato mais típico do país. Em dia de eleições europeias, dedicamo-nos às refeições europeias, uma por cada um dos 28 países.

Clique no país para conhecer mais sobre a sua gastronomia:

Alemanha Áustria Bélgica
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Espanha  Estónia  Finlândia 
França  Grécia  Hungria 
Irlanda  Itália  Letónia 
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Países Baixos (Holanda)  Polónia  Portugal 
Reino Unido  República Checa  Roménia 
Suécia     

 

leberkase, rolo de carne, meatloaf

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Alemanha
Rolo de carne: wunderbar!

Nem só de cerveja e salsicha vive a gastronomia alemã. Um dos produtos favoritos dos alemães é o leberkäse, rolo de carne que tem Denominação de Origem Protegida (DOP) no Estado da Baviera.

Popular em toda a Alemanha, a sua origem remonta ao século XVIII. Quando o Príncipe-Eleitor Karl Theodor sucedeu a Max Joseph III na Baviera, em 1776, fez-se acompanhar até à região pelo seu talhante pessoal. Foi ele o responsável pela receita feita a partir de carnes de porco e vaca bem picadas, e depois colocada nos recipientes onde se cozia o pão.

O resultado é conhecido até aos dias de hoje: formato retangular, aspecto rosado por dentro, crosta escura e estaladiça por fora. Na Baviera, o rolo de carne não leva fígado, mas outras regiões gostam de o incluir na receita. Sem surpresas, a cerveja é a bebida eleita para acompanhar o petisco.

Onde comprar: O Goethe Café, no Campo Mártires da Pátria, em Lisboa, prepara diariamente leberkäse. Mas também é possível encontrar o produto em alguns supermercados da cadeia alemã Aldi.

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Plates of apple strudel wait to be taken to guests for dessert as US President Barack Obama hosts a State Dinner for German Chancellor Angela Merkel in the Rose Garden at the White House in Washington, DC, June 7, 2011, as part of an official visit. AFP PHOTO / Saul LOEB (Photo credit should read SAUL LOEB/AFP/Getty Images) applestrudel

Áustria
Strudel de maçã para adocicar a vida

Depois de um wiener schnitzel, prato típico de vitela austríaco, nada como pedir uma deliciosa apfelstrudel. A famosa sobremesa nascida em Viena é uma instituição dentro da categoria dos doces e devem ser poucos os países por onde ela ainda não viajou.

A palavra alemã strudel pode ser traduzida literalmente por remoinho, o que encaixa como uma luva neste doce de camadas recheado com maçã, frutos secos e canela, em formato enrolado. A primeira referência ao strudel remonta a uma receita de 1696, o que significa que há mais de 300 anos que os vienenses se andam a deliciar com isto.

Felizmente já não é necessário apanhar o avião para comer um bom strudel de maçã, embora todas as desculpas sejam boas para visitar a capital da Áustria.

Onde comprar: O café austríaco KaffeeHaus, em Lisboa, é um ótimo local para saborear um bom strudel de maçã. Junto ao Saldanha abriu, em novembro de 2013, uma padaria chamada Strudel que faz jus ao nome.

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A picture taken on October 1, 2012 shows beer poured from a bottle into a glass of beer in Lille, northern France. The level of taxation of beer will increase in France, which is expected to generate 480 millions of euros to French public welfare system (Securite sociale), the French government announced on October 1, 2012. AFP PHOTO PHILIPPE HUGUEN        (Photo credit should read PHILIPPE HUGUEN/AFP/GettyImages)

Bélgica
Aqui brinda-se com cerveja

Francófonos da Valónia e o flamengos da Flandres podem ter muitas diferenças, mas há uma coisa que partilham com toda a certeza, para além da nacionalidade belga: o gosto pela cerveja. E a cerveja na Bélgica não é só mais uma bebida, ou não estivéssemos a falar do país que produz das melhores marcas do mundo.

Haverá mais algum país que dedique uma cerimónia religiosa à cerveja? Pois é isso mesmo que acontece na primeira sexta-feira de setembro, na Catedral gótica de São Miguel, em Bruxelas. As pessoas reúnem-se para ver o pároco abençoar, não uma criança ou um casal de noivos, mas um barril de cerveja.

Duvel, Stella Artois, Chimay… Há um mar de cervejas diferentes e cada uma é servida religiosamente no copo da sua marca. Esta bebida é parte integrante da cultura belga e o país concentra mais de metade dos poucos mosteiros autorizados pela congregação católica da Ordem Trapista a produzir cerveja trapista.

Onde comprar: Os supermercados Jumbo têm as prateleiras bem compostas de cervejas estrangeiras. Por exemplo, é possível encontrar marcas belgas como a Affligem, Chimay, Leffe, Duvel e a Stella Artois.

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TO GO WITH AFP STORY VESSELA SERGUEVA - A man tests a homemade yoghurt during the "Day of Youghurt" celebration in the town of Tran, some 70 km westh of Sofia on July 16, 2011. Bulgaria prides itself on discovering yoghurt and has even given its name to the bacteria that makes it, Lactobacillus bulgaricus (LBB). Bulgarians consume 135,000 tons of yoghurt every year and the product is part of many traditional dishes.   AFP PHOTO / NIKOLAY DOYCHINOV (Photo credit should read NIKOLAY DOYCHINOV/AFP/Getty Images)

Bulgária

Iogurte com bactéria: o que não mata, engorda

No início do século XX, o biólogo russo Metchnikoff começou a relacionar o consumo elevado de iogurte com a superior longevidade das tribos das montanhas da Bulgária. A culpa, na verdade, era de uma bactéria, à qual se deu o nome de lactobacillus bulgaricus por só existir na Bulgária.

Ainda hoje, o iogurte é uma das especialidades deste país, presente em quase todas as receitas de pratos típicos búlgaros.

Onde comprar: Não temos conhecimento sobre a venda de iogurtes de marcas búlgaras em Portugal. Mas Sófia é uma cidade cheia de história e beleza, aproveite para ir até lá de férias e não se esqueça de provar os iogurtes locais.

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daktyla kyron

Chipre
Daktyla kyrion

Um dos doces mais famosos do Chipre chama-se Daktyla kyrion. A tradução para português – dedos de senhora – não é das mais apetitosas, mas não há que ter medo destas bolachas.

Estaladiças e do tamanho de dedos de mulher, as bolachas feitas de amêndoas trituradas, canela, açúcar, e depois fritas, são muito populares durante o período que se segue ao Carnaval e que antecede a Quaresma. É a época em os cristãos ortodoxos (que formam a maior parte da população cipriota) se preparam para o jejum da carne e de algumas doçarias, pelo que este período intermédio, conhecido como Sikoses, é aproveitado por todos para tirar a barriga de misérias. E que melhor forma de aconchegar o estômago do que com umas bolachas caseiras e nacionais?

Onde comprar: Não há dedos de senhora à venda em Portugal, diz-nos a Embaixada do Chipre. Mas o Centro de Informação Europeia Jacques Delors dá a receita para quem quiser preparar em casa.

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Croácia

Vai uma petiscada de pašticada?

Não basta à região croata da Dalmácia ter vista privilegiada sobre o Adriático. Também se cuidam bem na hora de comer. Um dos pratos mais populares de toda a região, e apreciado por toda a Croácia, é a pašticada, um guisado de bife que pode demorar até dois dias a preparar.

Tudo porque, para ganhar sabor, a carne tem de ficar a marinar cerca de 24 horas em vinho tinto, alho e ervas, como o alecrim. Depois, na altura da preparação, adicionam-se ameixas secas, cenoura, cebola, cravinho e noz-moscada para que o molho engrosse e fique ainda mais saboroso.

Onde comprar: É um prato que não se vende feito, por isso deixamos uma receita.

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arenque

Dinamarca
Tudo o que vem à rede é arenque

Com o Mar do Norte de um lado e o Mar Báltico do outro, no Reino da Dinamarca o peixe é rei. O alto teor de gordura que se encontra no arenque faz deste peixe um dos favoritos dos dinamarqueses, habituados a combater o clima frio com alguns truques, entre os quais uma alimentação rica em calorias.

Não falta originalidade na hora de cozinhar este peixe. Na Dinamarca come-se arenque fresco, fumado, cozido, assado, grelhado, colocado em molho ácido, sob a forma de filetes sem espinhas marinados, em conserva e até em geleia. As iscas de arenque, por exemplo, são um prato centenário típico da ilha da Zelândia, onde se situa a capital Copenhaga. Para fazer as iscas é necessário marinar o arenque em grandes barris de salmoura durante vários anos. O arenque salgado frito é outro prato antigo típico, desta vez da ilha de Bornholm. O peixe fica de molho em salmoura (durante algumas horas), depois é passado na farinha e frito em gordura de porco. Para empurrar, a cerveja dinamarquesa Carlsberg é uma boa escolha.

Onde comprar: O arenque não é popular por terras lusitanas, uma vez que é um peixe gordo que nada em águas mais geladas. No entanto, é possível fazer encomendas no supermercado do El Corte Inglés, Já arenque marinado e ovas de arenque estão à venda diariamente nas lojas suecas IKEA.

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haluski

Eslováquia
Halušky diplomático

Muito parecido com o italiano gnocchi, mas feito com batata ralada em vez de cozida, o halušky é um dos mais populares pratos da Eslováquia e parte integrante da sua cultura.

Há essencialmente três tipos de halušky: com repolho fermentado, muito usado por ser fonte de vitamina C durante os longos Invernos, com ricota e com bryndzna, um tipo de queijo de ovelha fresco com sabor forte e textura cremosa. O halušky começou por ganhar popularidade na Eslováquia central, terra de pastores onde não faltavam ovelhas para a produção do queijo. De comida para gente simples do campo, o halušky conquistou todo o país. Quem quiser tentar a receita em casa terá de tentar substituir o queijo eslovaco, pois não se vende em Portugal. Mas é possível dar a volta, comprando queijo feta e acrescentado depois natas azedas para lhe dar a consistência cremosa.

O Observador perguntou à Embaixada da Eslováquia onde se poderiam encontrar produtos eslovacos em Portugal. O Embaixador Jozef Adamec desconhece mas, em alternativa, ofereceu-se para cozinhar, ele próprio, pratos típicos da gastronomia do país. Os talentos culinários do Embaixador e os vários pratos que preparou na sua Residência Oficial, no Restelo, podem ser vistos no vídeo que se segue. Gordon Ramsay que se cuide.

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potica, sobremesa

Eslovénia
Potíca para os gulosos

Provavelmente não sabe, mas aquela torta feita com massa enrolada coberta de nozes, tão popular no mundo inteiro, chama-se potíca. É à Eslovénia que os gulosos podem agradecer a invenção desta sobremesa, que pode levar ingredientes doces ou salgados, conforme as preferências. No país da ex-Jugoslávia, a potíca é tão popular no Natal quanto o bolo rei é em Portugal, e existe até uma monografia dedicada à torta, da autoria do etnologista Janez Bogataj.

No topo das preferências está a potíca com estragão. Sim, os eslovenos são um dos poucos países europeus a recorrer a esta erva aromática como ingrediente para as suas receitas de doces. Antes de torcer o nariz, nada como experimentar. Afinal, os gulosos eslovenos não podem estar todos enganados.

Onde comprar: Que tal fazer uma potíca caseira? No Centro de Informação Europeia Jacques Delors está disponível a receita (sem estragão).

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MADRID, SPAIN - DECEMBER 14:  An employee of the Alberto Lopez Araque jamon shop in Madrid cuts a slice of dry-cured Jamon Iberico de bellota (from acorn) on December 14, 2012 in Madrid, Spain. Dry-cured Iberian ham or Jamon Iberico is a favourite amongst Spaniards and producers are hoping for improved sales over the busy christmas period. The jamon Iberico de Bellota are usually dry-cured for up to three years after the pigs have been few on a diet of acorns in the last three months.  (Photo by Denis Doyle/Getty Images)

Espanha
O melhor jamón do mundo

A gastronomia espanhola é a prova de que o provérbio “De Espanha nem bom vento nem bom casamento” não faz sentido. Para representar nuestros hermanos, nada melhor que o presunto de pata negra, ou presunto Ibérico, que também é muito popular em algumas regiões portuguesas, mas que é visto em todo o mundo como iguaria de Espanha. Tão bom que há quem prefira vesti-lo em vez de o comer, como mostrou a estilista espanhola Patrícia Guart, que em 2011 criou um vestido confecionado à base de jamón Ibérico.

Proveniente do porco preto alimentado sobretudo a bolotas, este pitéu é depois salgado e curado entre 24 e 36 meses, até atingir sabores únicos ao paladar (e preços pouco amigos da carteira, com o quilo a custar a partir de 50 euros). Presuntos há muitos, mas o jamón ibérico espanhol é um produto certificado por lei, com regras de Denominação de Origem Protegida (DOP). Isso significa que toda a cadeia produtiva, desde a criação dos animais à maturação da carne, passa por fiscalização técnica que garante que cada produto saia sempre com o mesmo padrão de qualidade.

Se já está com água na boca, agarre numa fatia de jamon, junte-lhe queijo feta grego e coloque-os numa baguete francesa. A União Europeia também passa por aqui.

Onde comprar: Na cadeia espanhola El Corte Ingés, por supuesto.

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chucrute

Estónia
Terra de chucrute

As refeições na Estónia não começam com o cliché “bom apetite!”. Independente desde 1992, o país báltico já viveu muitas provações e a comida escasseava. É por isso que, antes de começarem a comer, os estónios ainda hoje desejam “jätku leiba!”, que significa “que o pão te seja suficiente”.

Numa cozinha assente na simplicidade, o pão é o alimento basilar, tal como nos restantes países bálticos. Mas há outro alimento que aparece frequentemente nas receitas estónias: chucrute. Esta conserva de couves salgadas e fermentadas é sobretudo usada como acompanhamento de carnes, sobretudo a de porco. No Natal, o prato tradicional é precisamente carne de porco com chucrute, ou chucrute estónio (mulgikapsad).

Onde comprar: na loja de produtos biológicos Miosótis, no centro de Lisboa, vende-se chucrute fresco e também em frasco. No livro “Estonian Tastes and Traditions” há várias receitas com chucrute de deixar água na boca.

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SAN FRANCISCO - APRIL 11:  Fresh wild and  farmed Loch Duart salmon filets are seen on a tray at the San Francisco Fish Company April 11, 2008 in San Francisco, California. The Pacific Fishery Management Council voted Thursday afternoon to cancel the chinook fishing season along the coast of California and Oregon in hopes of reversing the dwindling numbers of salmon. Farmed salmon will be a popular replacement for fresh wild salmon on seafood store shelves during the fishing ban.  (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

Finlândia
Salmão nas águas frias do norte

Na hora de comer, as preferências dos finlandeses vão para um bom peixe, com destaque para o salmão. O aumento do consumo de peixe na Finlândia tem feito crescer o número de distribuidores de peixe fresco, mas o peixe congelado também tem muita saída – sem surpresas, temos o salmão a dominar as vendas.

Não falta criatividade na hora de comer salmão, com destaque para o salmão fumado. A sopa de salmão com nata, por exemplo, é uma das receitas mais populares do país escandinavo e um dos seus melhores cartões de visita. A Embaixada da Finlândia disponibiliza na sua página várias receitas para quem se quiser aventurar pela gastronomia finlandesa, entre as quais Yrttijuustolla täytetty lohi, que é como quem diz salmão recheado com queijo e ervas.

Onde comprar: Os portugueses também não dispensam um bom salmão, por isso não é difícil encontrá-lo em qualquer supermercado ou peixaria. Mas nada que se compare às excursões que, na Finlândia, lhe dão a oportunidade de pescar o seu próprio salmão.

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Picture of "baguettes" taken 30 August 2007 in a bakery in Paris. The rate of the raw material could lead to an increase in bread prices, a highly symbolic staple in France.   AFP PHOTO THOMAS COEX (Photo credit should read THOMAS COEX/AFP/Getty Images)

França
Baguete, o pão nosso de cada dia

O que têm em comum as pastelarias do norte, centro e sul de França? Baguetes, évidemment. Também conhecida como pão francês, a baguete é um dos símbolos do país e, uma vez por ano, é entregue um prémio à melhor baguete de Paris. Este ano, o padeiro vencedor é português. Chama-se António Teixeira e ganhou assim o direito de abastecer, por um ano, o Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente da República Francesa.

Mas não se pense que o aspeto simples da baguete é sinónimo de confeção fácil. Para se fazer uma boa baguete é preciso tempo e bons ingredientes. Há que trabalhar a massa, esperar que fermente, cortá-la em diversos pedaços, deixar que repouse e em seguida dar-lhe a forma adequada, ou seja, aplicar-lhe os famosos pequenos cortes feitos à superfície pelo padeiro antes de a colocar no forno. Por falar em forno, trazer para casa uma baguete ainda quentinha é como ganhar a lotaria das padarias. Não há nada como pão acabado de fazer.

Onde comprar: A baguete está disponível em qualquer padaria ou supermercado português, mas as melhores e mais variadas encontram-se nas pastelarias francesas. A Eric Kayser e a La Boulangerie by Stef, em Lisboa, são bons exemplos.

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Athens, GREECE:  A shop assistant lifts a slab of feta cheese in Athens, Greece, 25 October 2005. The Greek agriculture ministry 25 October welcomed a ruling by the EU's highest court awarding Greece exclusive rights to the feta cheese brand over claims from producers elsewhere in Europe.    AFP PHOTO / Aris Messinis  (Photo credit should read ARIS MESSINIS/AFP/Getty Images)

Grécia
Queijo Feta

Falar de gastronomia grega é falar de dieta mediterrânica. E é à Grécia que temos de agradecer a existência de um dos queijos mais saudáveis à face da terra: o queijo feta, um tipo de queijo branco coalhado, feito com leite de cabra e de ovelha.

Os almoços na República Helénica começam com uma tyrifeta (fatia de queijo) temperada com azeite e orégãos. E se há ranking onde os gregos brilham no topo da tabela mundial é no consumo de queijo, de onde se destaca o feta, pois claro. É frequente (e muito aconselhado) usá-lo nas saladas, massas e até nas sopas.

Onde comprar: os supermercados do El Corte Inglés têm algumas marcas gregas de queijo feta, mas é possível encontrar esta delícia grega em qualquer hipermercado.

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stroopwafel

Holanda
Stroopwafel

“Vais à Holanda? Então traz-me stroopwafel!”. Se isto ainda não lhe aconteceu, há-de acontecer um dia. É que estas bolachas holandesas são uma perdição, pelo que não há qualquer dúvida sobre que souvenir trazer dos Países Baixos.

Semelhantes às bolachas belgas, o que torna as stroopwafel absolutamente viciantes é a sua fina camada de recheio de caramelo. Inventadas em 1784 na cidade de Gouda (essa mesma, que dá nome ao queijo), foram-se espalhando por toda a Holanda e espreitam a cada esquina, sendo ainda mais irresistíveis quando ainda estão quentinhas.

Onde comprar: Curiosamente, é nas lojas dinamarquesas Tiger, situadas em Coimbra, Gaia, Porto e Lisboa, que se encontram mini stroopwafel à venda. Truque: coloque uma bolacha sobre uma chávena com café acabado de fazer, espere dois minutos e depois prove. Não precisa de agradecer.

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Goulasch-foto-Kobako

Hungria

Goulash: eu tenho dois amores

Nunca tente discutir com um húngaro qual é a receita de goulash mais autêntica. Há ligeiras diferenças entre cozinheiros que se podem tornar enormes dores de cabeça, por isso o melhor é comer e calar, literalmente. Até porque, com mais ou menos ingrediente, o goulash é sempre um prato delicioso.

Outra discussão é se o goulash é uma sopa ou um guisado. Na verdade, é um misto dos dois, e se bem preparado ficará com uma consistência espessa. A carne cozida com cebola, a paprica e o tomate são a base do prato. Há depois quem acrescente batata ou massa, mas é opcional.

Onde comprar: Não quer mesmo comprar goulash já feito pois não? Aqui vai uma receita apetitosa para que se possa aventurar a fazer um goulash fresquinho.

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Red potatoes are offered for sale at Eastern Market on Capitol Hill in Washington, DC, on June 27, 2008. According to a survey released on June 26, nearly a quarter of Americans are cutting back their spending on food and healthcare thanks to rising fuel prices. AFP PHOTO/SAUL LOEB (Photo credit should read SAUL LOEB/AFP/Getty Images)

Irlanda
A lógica da batata

Há uma espécie de lógica da batata na relação que existe entre a República da Irlanda e esta planta (sim, a batata é uma planta). Por causa da batata, um milhão de irlandeses morreram em meados do século XIX e outros tantos tantos emigraram para a Grã-Bretanha e para os Estados Unidos. Mas isso não impede que a batata seja, ainda hoje, a “coqueluche” da cozinha irlandesa.

A atual República da Irlanda era uma colónia britânica extremamente pobre. Na maioria dos solos cultivava-se a batata, que constituía muitas vezes o único alimento dos irlandeses e dos seus animais. Em 1844, uma praga alastrou-se por todas as culturas de batata, destruindo as colheitas de dois anos seguidos. Como uma desgraça raramente vem só, no terceiro ano foi a vez de um Inverno rigoroso, como não havia memória, destruir, não só o trabalho ao ar livre, mas também as casas de muitas pessoas. Ao todo foram seis anos de fome, morte e emigração, naquele que é considerado o período mais negro da história do país.

Mas os irlandeses não guardam rancor à batata, a não ser que continuar a devorá-la em doses industriais seja considerado como vingança. Cozida, assada ou frita, pouco importa desde que haja batata no prato. Usada sobretudo como acompanhamento, também não falta batata no clássico prato de guisado irlandês. O potato bread farl (pão de batata) também é bastante popular (e é fácil de ver porquê).

Onde comprar: Em qualquer mercearia ou supermercado. Se tiver um quintal pode cultivar as suas próprias batatas.

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A dish of Italian-style pasta noodles with a chicken, onion, mushroom, and tomato sauce, and parsley, sits on a yellow and white striped surface, 1970s. (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

Itália
A capital mundial da massa

Escolher apenas um produto para representar a cozinha italiana é injusto, porque obriga a deixar de fora tentações como piza, lasanha, risoto, canelones, ravióli, tiramisu e os deliciosos gelatti. Mas, num país onde a gastronomia é orgulho nacional, não há alimento mais caraterístico do que a massa.

E há para todos os gostos e feitios, do esparguete ao tagliatelle, do fusilli à penne, em formato curto, longo, seco, fresco e com sabores. Em Itália as refeições são compostas por dois pratos e a massa faz frequentemente parte do primeiro prato. Receitas serão tantas quanto a imaginação ditar, e vão do simples molho de tomate e orégãos, ao molho de cogumelos com presunto, bacon, camarão e queijo de vaca.

No entanto, não é aos italianos que temos de agradecer pela criação da massa. As várias versões apontam em direção a Oriente, entre a Pérsia e a China. Também não há provas de que tenha sido o mítico explorador Marco Polo a trazer a pasta da China à Itália, no século XIII, como muitos contam. Mas que torna a história mais apelativa, lá isso torna.

Onde comprar: A massa está nas prateleiras de todas as mercearias e supermercados de Portugal, incluindo boas marcas italianas como a Barilla e a Zara. Depois é só aventurar-se por boas receitas.

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pão preto, pão centeio, pão escuro

Letónia

Pão preto como souvenir

Se estivéssemos na Letónia, o nosso tradicional prego não vinha para a mesa num tradicional papo seco, mas sim num pão preto. Muitas vezes a simplicidade é a melhor receita, e o produto que melhor define a gastronomia da Letónia é precisamente o pão preto. Palavra de Embaixada.

Muito popular nos restantes países bálticos, bem como no norte e leste da Europa, este pão de centeio tradicional é escuro e ácido, ou seja, tem mais fibras e é mais saudável do que o pão branco que comemos em Portugal. O pão de centeio letão é tão popular que se tornou num dos souvenirs mais vendidos da Letónia. Fica assim a saber que, quando for à Letónia, não tem de gastar muito dinheiro em presentes para a família.

Onde comprar: Não há produtos letões à venda em Portugal, pelo que nos resta ir à padaria mais próxima e rezar para que, no meio de toda a montra de pão branco, haja um cantinho reservado para este pão escuro.

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cepelinai

Lituânia

Zeppelins. Sem Led

Lembra banda de rock, mas o zeppelin, ou cepelinai, é mesmo o prato mais característico da Lituânia. O nome deve-se ao formato que lembra um dirigível.

Espécie de almôndegas de batata recheadas tipicamente de carne, requeijão ou cogumelos, são cozidas da mesma forma que os gnocchi italianos, e depois servidos com um molho, que pode ser de cebola, enchido ou creme de leite.

Onde comprar: Não procure em Portugal, porque não vai ter sorte. O melhor é arriscar numa receita.

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vinho quente

Luxemburgo
Vinho quente

As fronteiras com a França, Bélgica e Alemanha fazem com que a cozinha deste pequeno país seja uma mescla de influências das nações vizinhas, mas também dos vários emigrantes, que formam um terço dos 530 mil habitantes do Luxemburgo. A comunidade portuguesa é forte, mas não o suficiente para fazer com que os produtos típicos luxemburgueses sejam o bacalhau ou a sardinha.

O que se encontra a cada esquina à venda é o Glühwäin, em português vinho quente. Apesar de ter muito mais saída durante o inverno, especialmente no Natal, o cheirinho a especiarias que sai das canecas é tentador em qualquer ocasião. Há vinho quente com ou sem álcool, consoante a preferência de quem o vai beber.

Onde comprar: O melhor mesmo é tentar fazer o seu próprio vinho quente. E a receita é muito fácil.

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coelho frito

Malta

Era uma vez um coelho maltês

O que come a malta de Malta? Uma mão-cheia de sabores, fruto das influências vizinhas do sul da Europa e do norte de África. Mas há um prato especialmente popular em todo o país (os coelhos poderão discordar desta última afirmação): fenek moqli, em português coelho frito.

A cozinha maltesa é rústica e recorre aos produtos de época. Por isso, para um ótimo coelho frito basta partir em pedaços, juntar especiarias, alho e vinho branco seco. Na verdade, os locais comem coelho de diversas maneiras. Entre as preferências estão também os guisados de coelho, coelho assado ou até reduzido a molho para servir com massa.

Onde comprar: Em Portugal, o coelho também é um animal popular (para uns no prato, para outros como animal de estimação), pelo que é fácil comprar.

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kielbasa, salsicha

Polónia

Kielbasa, a salsicha polaca

O nome genérico dado à salsicha na Polónia é kielbasa, mas não se pense que ficamos por aqui. Verdadeiro manjar entre os polacos, nem pense em chegar a Varsóvia e pedir simplesmente kielbasa. Seria o equivalente a chegar a qualquer restaurante português situado junto ao mar e pedir “um peixe”. Sim, mas qual peixe?

Aqui passa-se o mesmo, pois há dezenas de salsichas diferentes para provar. Trata-se de um alimento que é quase um símbolo da cultura gastronómica do país. Talvez por isso, a maneira que os adeptos do clube de futebol Steaua de Bucareste tenham encontrado para protestar contra o árbitro polaco que, em setembro de 2010, apitou o jogo com o Nápoles, da Liga Europa, foi atirar salsichas contra a embaixada da Polónia em Bucareste.

Onde comprar: Por exemplo, no Pingo Doce, é possível encontrar kiełbasa śląska (kiełbasa silesiana), servida, por exemplo, no pequeno-almoço típico de Páscoa.

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NETANYA, ISRAEL - FEBRUARY 22: A meal of fried sardines is served in a restaurant in the local produce market February 22, 2006 in Netanya in central Israel. Fish, which the American Heart Association says have important health benefits, is a regular feature on regional menus. The Mediterranean diet, a term used to broadly describe the eating habits of the people of the area, is widely believed to be responsible for the low rates of chronic heart disease in the populations of the 16 countries bordering the Mediterranean Sea. (Photo by David Silverman/Getty Images)

Portugal
São sardinhas, senhor!

Puxando agora a brasa à nossa sardinha, não é fácil escolher apenas um produto para representar a riquíssima gastronomia portuguesa. Escolhemos a rainha das festas populares porque é ela quem nada nos nossos mares. É sobre ela que se criam diversos provérbios (“A mulher quer-se pequenina, como a sardinha”). Foi ela a escolhida, através do voto popular, como uma das Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa, em 2011.

Falar de sardinha é relembrar um passado duro (há quem recorde os tempos em que as famílias dividiam uma sardinha à refeição), mas é também celebrar o presente, com a sardinha em brasa a servir de menu em tudo o que é romaria de verão. Haverá produto que melhor represente a portugalidade? Claro que não, embora o Parlamento Europeu, estranhamente, tenha escolhido o arroz de pato como o nosso ex-libris. Ainda bem que nem tudo o que nos chega de Bruxelas é vinculativo.

Onde comprar: A época da sardinha começa com a primavera, mas é possível comprar o pequeno peixe em qualquer restaurante português ou peixaria durante todo o ano.

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on February 12, 2009 in Harrogate, England. The family owned company Taylors of Harrogate have been producing it's blends of teas and coffee since 1886 and serving it's products at the famous and traditional Bettys Tea Shops. Despite recent increases in the price of tea and the surge of coffee shops, the 'cuppa' is proving to be as popular as ever with bookings in Britain's discerning tea rooms being made weeks in advance. Consumption also increases during a recession as tea lovers take solace drinking tea.

Reino Unido
Chá da Índia, chá da Pérsia, chá inglês

A tradição mais popular do Reino Unido foi levada para terras de Sua Majestade pelos portugueses. Falamos, é claro, do chá. E se há coisa que não falta nos lares britânicos é a good old cup of tea.

Bom para beber a todas as horas – e não apenas às cinco da tarde – o hábito de beber chá foi introduzido no Reino Unido por Catarina de Bragança, e começou por ser um luxo reservado aos mais ricos. O chá era importado pela Companhia Britânica das Índias Orientais, que detinha o monopólio da venda do chá nas colónias britânicas, onde se incluem os Estados Unidos da América. Sem concorrência, vendiam o chá a um preço tão elevado que, a juntar ao aumento das taxas em alguns produtos, fez com que os colonos em Boston se revoltassem, em 1773. O episódio em que um grupo de americanos, disfarçados de índios, atirou centenas de caixas de chá para as águas do porto de Boston, ficou conhecido como “Boston Tea Party”. É daqui que deriva o nome do partido conservador norte-americano que hoje conhecemos como Tea Party.

No país que até tem um Conselho do Chá, um novo hábito conquistou a maioria dos britânicos: adicionar leite à chávena de chá. Da próxima vez que estiver a preparar uma infusão não deixe de experimentar.

Onde comprar: Nos supermercados existem boas marcas britânicas, como a Twinings.

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bife do lombo checo

República Checa
Bife do lombo com molho cremoso

Pode não ser fácil pronunciar svíčková na smetaně, mas o esforço em acertar com o nome do prato vai compensar logo à primeira garfada. A tradução para português (“bife do lombo com molho cremoso”) esconde a riqueza que reside neste prato tão popular na República Checa. É que, para além da deliciosa combinação de carne tenra de vaca e molho cremoso, a receita inclui bolinhos de forma redonda, feitos de massa à base de farinha, arroz, batatas ou pão, contendo carne, peixe, legumes ou doces.

O svíčková na smetaně fica muito bem acompanhado por uma Kofola, bebida não alcoólica criada nos anos 60, durante o regime comunista, para fazer concorrência à Coca Cola, e que ainda hoje é um fenómeno no país.

Onde comprar: A Embaixada da República Checa não tem conhecimento de nenhum local em Portugal onde seja possível comprar produtos checos. Em compensação, indicou uma receita do prato, para quem quiser arriscar a sua reprodução em casa. Se a coisa correr mal, é ligar para a Embaixada a fazer queixa.

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Ciorba_de_vacuta-foto-Nicubunu

Roménia

Ciorbă, a sopa romena

Para representar a Roménia pensamos escolher o alho, para combater os vampiros da Transilvânia, mas depois o aspecto desta sopa pôs-nos a barriga a dar horas. Há vários tipos de ciorbă. O termo serve para designar o conjunto de sopas ácidas que fazem parte do cardápio romeno.

Seja de vegetais, de carne ou de peixe, as receitas variam consoante o gosto de cada um. O importante é que sejam enriquecidas com natas azedas, vinagre ou limão. No final, fica com uma refeição barata, saborosa e bastante nutritivas. Jackpot!

Onde comprar: Mais uma vez, terá de pôr “as mãos na massa” ou, neste caso, na sopa. Selecionámos uma receita para que fique fã deste prato.

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This picture taken on February 25, 2013 shows meatballs at IKEA department store in Brno. Ikea pulls meatballs from 14 European countries after horsemeat was found in the product by Czech authorities. AFP PHOTO/ RADEK MICA        (Photo credit should read RADEK MICA/AFP/Getty Images)

Suécia
Almôndegas para aquecer do frio

As köttbullar são presença habitual à mesa dos suecos, que, diz-se, foram os inventores da receita. O formato das almôndegas suecas é ligeiramente mais pequeno do que aquele usado em Portugal, como podemos ver desde que o IKEA se instalou por cá.

Acompanham bem com o típico puré e, em vez do molho de tomate, é usado molho de arando para regar a carne. À primeira pode soar estranho, mas experimente e pode ser que tenha uma agradável surpresa.

Onde comprar: Não vá já a correr para o IKEA mais próximo. Há inúmeras receitas fáceis para conseguir preparar umas almôndegas caseiras deliciosas. Dica: evite comprar carne já picada, peça sempre para picar na hora, assim pode escolher de antemão a sua carne de eleição.

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