O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou esta terça-feira que a Europa ainda tem muitos problemas para resolver e que a questão que se coloca nesta altura é a vontade dos países em avançar com as reformas necessárias. Os governos têm de começar a assumir a responsabilidade pelas reformas e deixar de culpar Bruxelas, defendeu.

Na abertura do Brussels Economic Forum, que decorre na capital belga, o líder da Comissão Europeia fez questão de sublinhar que os riscos ao crescimento económico são agora de natureza política e fez questão de exigir responsabilidades.

“É muito importante que quem toma decisões depois assuma as responsabilidades”, disse o presidente da Comissão Europeia, depois de defender que os Estados-membros têm de começar a assumir responsabilidade pelas medidas que são tomadas e deixar de dizer que a responsabilidade é de Bruxelas, ou do Fundo Monetário Internacional, por exemplo.

Barroso fez questão de dizer  à audiência – onde se encontra a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque – que as decisões tomadas em Bruxelas são, na verdade, decisões tomadas em grupo, tanto no Ecofin como no Eurogrupo, por exemplo, e que muitas dessas decisões são tomadas por unanimidade.

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Dando o exemplo das recentes eleições europeias, Durão Barroso afirmou que muitas vezes os países adotam decisões mas depois dizem publicamente que essas “foram tomadas em Bruxelas e isso simplesmente não é verdade”.

Por essa razão, o presidente da Comissão Europeia explica que, na sua opinião, os riscos são principalmente políticos nesta altura, e não económicos, porque os países têm de fazer reformas para retirar a Europa da crise, mas sem o peso da urgência, o compromisso com as reformas pode abrandar.

“A Europa ainda tem problemas muito importantes para resolver. (…) Penso que hoje há um consenso que os países têm de fazer reformas, apesar de haver níveis diferentes de compromisso”, disse, acrescentando que “será exigido mais esforço retirar a Europa da crise” e colocar o velho continente no caminho do crescimento económico mais forte e sustentável.

Durão Barroso alinha ainda pelo discurso recente dos líderes europeus e diz que os cidadãos querem ver resultados e que se esses resultados forem alcançados o nível de satisfação com a Europa e com as instituições europeias vai crescer significativamente, numa alusão aos recentes resultados das eleições europeias, onde muitos partidos eurocéticos tiveram resultados historicamente altos.