O líder do grupo parlamentar do PS, Alberto Martins, considera que o partido deverá, nas próximas eleições, “estar disponível para formar governo procurando coligar-se com os outros partidos de esquerda” e recusa qualquer acordo com PSD e CDS.

“O Partido Socialista não deverá fazer qualquer coligação com os partidos que suportaram o atual governo, que é responsável por uma política de austeridade e de empobrecimento, numa lógica neoliberal”, considerou o dirigente socialista em entrevista ao i.

Alberto Martins, que se mantém ao lado de António José Seguro, diz que o apoio ao líder do PS “é um apoio natural” e lembra que os atuais dirigentes têm feito “um processo continuado, há três anos, de procura do crescimento do partido”.

Respondendo aos críticos do secretáio-geral, Alberto Martins afirma: “Nós tivemos um grande resultado, comparando em termos europeus”. Se o resultado não foi maior, à Europa atual se deve. “Ou nós entendemos, definitivamente, e temos força para isso, que a Europa só faz sentido como um processo de solidariedade entre estados, povos e cidadãos, ou o caminho que estamos a atravessar não é aceitável. Não pode haver uma distância entre países ricos e países pobres, entre países do Norte e do Sul, entre países do excedente e países do défice”, comentou.

“Os sistemas partidários têm de perceber que há um desapego dos cidadãos face a esses sistemas. No caso dos partidos que têm sustentado os sistemas de governos na Europa houve uma diminuição brutal da sua base de apoio”, alerta Alberto Martins, que vê as primárias no Partido Socialista como “um primeiro passo no processo de renovação e reinvenção da política partidária em Portugal e não só”.

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