Milhares de pessoas concentradas na Praça Maidan, em Kiev, exigiram neste domingo ao presidente ucraniano, Petro Poroshenko, mão dura para com os rebeldes pró-russos e, também, para com os responsáveis da operação militar lançada contra os rebeldes.
A morte, no sábado, de 49 soldados ucranianos em Lugansk às mãos dos separatistas pró-russos reativou as exigências do movimento Maidan no sentido de que os responsáveis pela inoperância das forças de segurança sejam destituídos e de que se apurem responsabilidades, noticiou a agência Efe.
Esta tomada de posição é tomada mais de dois meses depois do início da operação antiterrorista, na qual um exército bem armado se confronta com um grupo de milicianos apoiado e treinado por mercenários profissionais, sem que consiga reprimir a rebelião pró-russa que eclodiu em meados de abril, em Donetsk e Lugansk, no sudoeste.
O número de soldados ucranianos mortos desde o início das operações militares ronda a centena, enquanto o dos civis ultrapassa os 200, segundo reconheceram as autoridades.
Na lista negra do Maidan estão todos os responsáveis pela operação antiterrorista: o ministro do Interior, Arsén Avákov, o da Defesa, Mijail Kóval, o chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia, Valentín Naliváichenko, o chefe da Guarda de Fronteiras, Nikolái Litvín, e o fiscal geral, Oleg Majnitski. “Não só exigimos a destituição destes cargos públicos, como também a investigação e punição dos responsáveis da situação em que a Ucrânia se encontra”, disse Alexandr Ostápenko, membro do conselho social do Maidan.
A figura de Litvín, cujos homens deixaram centenas de quilómetros da fronteira russo-ucraniana nas mãos dos rebeldes, gera também animosidade entre os ativistas, que exigem a Poroshenko que aceite de imediato a demissão que aquele tinha apresentado, no sábado à noite, ao chefe dos guardas de fronteira. “Senhor Poroshenko, instamo-lo a tomar uma decisão radical em relação a esta pessoa odiosa. Se não o fizer, fá-lo-emos nós”, indicou Ostápenko a partir da Praça da Independência de Kiev, coração do Maidan.
Por seu lado, o comandante do batalhão especial de voluntários “Azov”, Igor Mosiychuk, pediu ao novo presidente ucraniano que decrete a lei marcial em Donetsk e Lugansk e feche a fronteira com a Rússia, de onde, segundo Kiev, os rebeldes recebem armas e reforços. Os manifestantes também exigiram a Poroshenko a dissolução imediata da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia e a convocação de eleições legislativas.