Paulo Portas fica à frente do CDS até às próximas eleições legislativas. O vice-primeiro-ministro declarou esta sexta-feira que o povo é que decidirá quais os políticos que ficam nas próximas eleições legislativas e que a possibilidade avançada sobre a sua saída em 2015 é tão especulativa que “parece a abertura oficial da silly season”.

“Em outubro de 2015, quem vai decidir sobre os políticos que ficam e os que saem é o povo, pelas simples razão de que há eleições e o povo julgará. Tudo o mais é tão especulativo que até parece a abertura oficial da silly season”, disse à agência Lusa, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

O semanário Sol noticia esta sexta-feira que “Paulo Portas deve sair em 2015”, escrevendo que “o vice-PM não tem vontade de ser candidato nas legislativas”, “mas que no CDS ainda não se perfilam sucessores”.

Nas últimas semanas, a dúvida sobre o que Portas tencionava fazer (manter-se à frente do CDS ou não, sair da coligação governamental com o PSD ou não) estava a gerar uma crescente intranquilidade no PSD e mesmo em alguns setores do CDS.

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No último congresso centrista, em janeiro, Portas chegou a declarar, tendo Passos Coelho a assistir na primeira fila, que esta será a primeira coligação PSD-CDS a chegar ao fim do mandato e que isso ficará para a história. Alguns meses passados, esta frase, contudo, já não estava a servir para acalmar as tropas.

O semanário Sol diz ainda que a saída de Portas é mesmo encarada como “muito provável” por um membro do Executivo, “que tem visto sinais de que o vice-primeiro-ministro não deverá ir a eleições nas legislativas de 2015” e afirma que dentro do CDS são mais as dúvidas do que as certezas. Nomes como o de Nuno Melo, Mota Soares e Assunção Cristas são apontados como alguns dos “possíveis líderes numa era pós-Portas”.

Tal como o Observador noticiou, o PSD e o CDS têm mostrado também perspetivas diferentes quanto à necessidade de apressar a formalização da coligação pré-eleitoral. O CDS não tem pressa em discutir uma coligação pré-eleitoral para as eleições legislativas, apesar do desafio de Marco António Costa, vice-presidente social-democrata, para que essa questão fosse definida rapidamente.

Ainda segundo noticiou o Sol esta sexta-feira, um grupo de centristas querem um congresso para que Paulo Portas clarifique o quanto antes se o partido vai ou não coligado com o PSD para as próximas eleições legislativas. Paulo Freitas do Amaral, candidato do CDS a Oeiras nas últimas autárquicas, e um grupo de apoiantes já reuniu 500 das 3000 assinaturas necessárias para provocar um congresso extraordinário dos centristas.