Tal como foi decidido pelo Tribunal Constitucional, as universidades portuguesas precisam de 63 milhões de euros para pagar os salários sem cortes, alertou esta quinta-feira o reitor da Universidade de Lisboa, após uma reunião no Ministério da Educação.

Os reitores das universidades portuguesas estiveram hoje reunidos com o secretário de Estado do Ensino Superior e, no final do encontro, revelaram que aguardam que o Governo aprove um orçamento retificativo com “medidas novas” que permitam reforçar o orçamento das suas instituições.

Neste momento, as universidades precisam de um reforço de 63 milhões de euros para conseguir pagar os salários sem cortes, afirmou o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, em declarações aos jornalistas.

“A tutela tem-se comprometido a fazer o reforço da dotação das universidades para fazer face ao impacto muito grande da decisão do TC sobre os salários que pagamos nas Universidades”, recordou.

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“Percebemos que vai haver um orçamento retificativo, onde estarão incluídas medidas que irão fazer com que a avaliação seja diferente daquela que é feita nos dias de hoje. E, portanto, agradamos serenamente com a certeza de que não há outra forma de resolver este problema que não seja reforçar o orçamento das universidades”, acrescentou o reitor, voltando a alertar para o facto de “haver problemas de pagamento” de ordenados, caso não haja esse reforço.

Sobre os cortes do ano passado, Cruz Serra disse que foi transmitida a cada universidade “uma informação detalhada sobre como foi feita a avaliação do impacto do orçamento de 2013 na massa salarial”, estando agora as instituições a validar os valores apresentados pelo Governo.

Segundo o reitor, comparando as contas feitas pelas universidades e pelo governo “a diferença é de nove milhões de euros”: “No essencial, aparentemente, o dinheiro que falta tem a ver com um corte de 0,9% que tinha sido decidido em Conselho de Ministros em outubro do ano passado, mas isso é algo que tem de ser esclarecido com o Governo”.

Para Cruz Serra, os reitores aguardam agora “que o Governo diga que houve um corte adicional [de 0,9%]” e garante que “não há nenhum stress especial em relação a esse assunto”.

Sobre a fórmula de financiamento para o próximo ano, a principal razão da reunião de hoje, o reitor disse que este tema levou a uma “discussão muito aberta” entre os reitores e o secretário de Estado, em que cada um apresentou os fatores que devem constar dessa fórmula, que ainda está numa versão muito preliminar.

As reuniões de trabalho para desenhar a fórmula de financiamento vão continuar na próxima semana, afirmou.