O presidente da TAP, Fernando Pinto, vai ao parlamento em meados de setembro explicar as perturbações que estão a afetar a operação de verão da companhia aérea, segundo disse à Lusa o coordenador da comissão de Obras Públicas.

Em declarações à Lusa, o deputado do PSD Luís Leite Ramos explicou que a maioria apresentou esta quarta-feira um requerimento para chamar o presidente da TAP “depois de terminada a operação de verão”, o que foi contestado pelo PCP por protelar a audição – inicialmente requerida pelo deputado comunista Bruno Dias – para outubro.

Alterada a redação dessa parte do documento, o requerimento foi aprovado por unanimidade, o que significa que Fernando Pinto deverá ser chamado em meados de setembro, ainda antes de terminar a operação de verão.

“Estamos interessados em que seja fornecida o máximo de informação para poder tirar ilações sobre o que se passou na transportadora”, disse à Lusa Luís Leite Ramos.

Há uma semana, a maioria PSD/CDS-PP chumbou esta quarta-feira o requerimento do PCP para ouvir o presidente da TAP sobre as condições de fiabilidade e de segurança da companhia aérea, na sequência dos sucessivos cancelamentos e de alguns incidentes com aviões da empresa.

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O grupo parlamentar do PCP havia justificado a audição de Fernando Pinto por considerar que é preciso “inverter este caminho, que ameaça destruir a TAP e o bom nome, respeito e prestígio que, justamente, a fiabilidade e segurança da sua operação conquistaram ao longo de dezenas de anos”.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente da TAP admitiu um somatório de fatores associados a um crescimento do tráfego acima do esperado que têm conduzido a cancelamentos de voos, o que classifica de “dores de crescimento”, que espera estarem sanadas em agosto.

Fernando Pinto explicou como “vários fatores” estão a abalar a operação da companhia, levando a que o índice de cancelamentos da TAP passasse de uma média de 1% para 2% em junho e julho.

Um valor que, embora “alto”, considerou que deve ser “relativizado”, pois representa uma média de sete voos cancelados em 350 diários.

“Tivemos um atraso na receção dos [seis] aviões, também um atraso na formação, sobretudo de tripulantes. Neste momento, conseguimos formar cerca de metade dos tripulantes que gostaríamos de ter formado”, declarou então.

O atraso no reforço da frota e do pessoal, indispensável para operar as 11 novas rotas lançadas em julho pela TAP, agravou-se com um crescimento do tráfego acima do esperado.