O PCP acusou hoje o Governo de querer continuar um percurso de cortes aos salários e aos direitos dos trabalhadores, numa reação ao discurso do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na festa do PSD no Pontal, na sexta-feira.

“A partir do momento em que [Passos Coelho] afirma que este é metade do caminho, quer dizer que vai continuar este percurso e sabemos o caminho que vai continuar a fazer”, disse Margarida Botelho, membro da Comissão Política do partido, em declarações aos jornalistas na sede do PCP, em Lisboa.

O PCP acusou Passos Coelho de ter feito em Quarteira, “uma descrição do país que ninguém sente nas suas vidas” e de “ameaçar com novos cortes e avanços” sobre os direitos dos trabalhadores.

“Quando Passos Coelho diz que está a meio do percurso, então este caminho, que significou desemprego e emigração, tem de ser interrompido o mais depressa possível”, afirmou Margarida Botelho, defendendo que os portugueses não podem permitir que o Governo “complete os seus planos”.

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Sobre o desafio lançado pelo líder do PSD ao PS para um acordo sobre a reforma da Segurança Social antes das eleições de 2015 com o “contributo dos socialistas”, Margarida Botelho afirmou: “O PSD saberá porque fez essa proposta ao PS. Mas, se olharmos para os últimos anos, podemos ver muitos momentos em que PSD, PS e CDS se entenderam para reformas profundamente negativas da segurança social”.

A membro da comissão política do PCP reafirmou que o Governo não conta com o seu partido para “nenhuma reforma que signifique mais cortes nas pensões ou mais discriminação dos jovens trabalhadores”, defendendo que a segurança social deve ser publica e garantir a segurança “de todos” os trabalhadores.