Oskar Groening foi condenado pelas mortes de 30 mil pessoas durante os anos que serviu como guarda no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia. Durante os anos que esteve no campo até à sua transferência em 1944, Groening trabalhou como bagageiro, uma posição que é ainda sujeita a condenação, devido ao seu envolvimento no processo de seleção dos prisioneiros.

Sabine Stuenkel, procuradora no tribunal de Hanover, disse à Bloomsberg News que Groening arrumava as malas dos passageiros que vinham de comboio até ao campo de concentração. Segundo Stuendel, o seu trabalho consistia em “esconder as provas dos assassínios em massa”. “Acima de tudo, o seu trabalho era contar notas que eram tiradas da bagagem e transferi-las depois para a agência económica e administrativa das SS em Berlim”, acrescentou.

Ainda segundo a Bloomsberg News, Groening sabia à partida que reclusos é que iam ser selecionados para serem enviados para as câmaras de gás, depois da chegada ao campo de concentração. A recolha que fazia do dinheiro,ajudava ainda a “financiar os nazis e a suportar as mortes sistemáticas”.

Oskar Groening, agora com 93 anos de idade, trabalhou em Auschwitz durante dois anos e meio até que pediu transferência para as Ardenas belgas, onde foi feito prisioneiro no final da Segunda Guerra Mundial. Foi inicialmente ilibado de todos os crimes em 1948 e, depois da guerra, trabalhou como gerente numa fábrica de vidro e sempre falou abertamente das atrocidades que testemunhou no campo de concentração. Há nove anos, foi entrevistado pela revista alemã Der Spiegel, à qual falou sobre o que testemunhou. “Pedi para ser transferido no final de outubro de 1944 e fui enviado para as Ardenas belgas onde servia numa unidade de infantaria, até ser capturado”, disse na entrevista, citada pelo jornal Daily Mail.

O antigo guarda, que vive atualmente perto de Lüneburger Heide, na Baixa Saxónia na Alemanha, é o quarto caso a ser investigado pelas autoridades de Hanover desde 2011. O caso de Groening é o mais recente de uma nova série de investigações a respeito de crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Outros três casos foram abandonados, um deles após a morte do suspeito.

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