O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, defendeu que o papel de Portugal no combate ao Estado Islâmico é de solidariedade para com a coligação internacional, embora assinalando que está ainda por definir o tipo de intervenção. “Portugal prepara-se para poder participar em cenários internacionais e ser solidário. O presidente da Câmara de Tondela falou em exportações e para conseguir-se exportar é preciso que haja para onde, onde a mercadoria chegue e que quem lá esteja tenha condições de pagar”, alegou Aguiar Branco.

Durante a cerimónia evocativa do feriado municipal de Tondela, que decorreu ao final da tarde, Aguiar Branco aludiu ao clima internacional em que o mundo está mergulhado, com a Europa em particular a ser ameaçada pelo leste e pelo flanco sul. “É necessário fazer-se uma reflexão importante sobre o papel de Portugal, que não é periférico. As ameaças no flanco sul, quando se fala do Estado Islâmico, tem um risco, que se ele se propagar para a Líbia e daí para o norte de África, fica a uma hora da Europa”, sublinhou.

Questionado pelos jornalistas, o ministro da Defesa Nacional evidenciou que não tem dúvidas de que Portugal está “do lado certo” no combate ao EI, defendendo a “liberdade, democracia e tolerância”. “Portugal tem capacidades orçamentais para estar ao lado da comunidade internacional contra este tipo de ameaças. As forças nacionais destacadas participam, aliás, em diversos teatros de operações”, acrescentou.

De acordo com Aguiar Branco o orçamento nacional está preparado para participações em missões da Nato, União Europeia e Nações Unidas, “Em 2015, em termos de orçamento, vai ser possível definir missões a cumprir, quer de âmbito humanitário, quer de âmbito ao combate ao terrorismo”, sustentou. Apesar de esclarecer que não pretende deixar Portugal em “estado de alerta”, apontou a necessidade de “a sociedade em geral compreender que as situações de defesa e segurança não são marginais a Portugal”. “São importantes para nas nossas opções políticas, financeiras e orçamentais. Todos devemos contribuir para que a sociedade esteja consciente para esta realidade de que temos uma situação internacional mais complicada do que era na década passada”, concluiu.

Durante a cerimónia em que participou o membro do Governo, procedeu-se à entrega de medalhas municipais de valor e altruísmo aos familiares dos quatro bombeiros falecidos no grande incêndio que ocorreu no ano passado na Serra do Caramulo.

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