Os líderes da marca de moda Prada estão a ser investigados por evasão fiscal em Itália, avança a imprensa internacional. Miuccia Prada Bianchi e Patrizio Bertelli são os mais recentes alvos da operação que as autoridades italianas estão a levar a cabo contra a fuga aos impostos. A suposta evasão fiscal terá decorrido durante os dez anos em que a empresa esteve sediada no Luxemburgo, diz a BBC.

A casa de moda disse esta segunda-feira que os presidentes do Grupo Prada estavam a ser investigados “sobre a precisão de alguns registos fiscais pessoais do passado, relacionados com empresas de capital estrangeiro” e afirmou que as contas da empresa ou das suas subsidiárias não estão envolvidas no caso.

“O procedimento segue a divulgação voluntária feita por Miuccia Prada Bianchi e Patrizio Bertelli, que resultou, em dezembro de 2013, num acordo entre eles e a Autoridade Tributária Italiana. Este acordo satisfez completamente as reivindicações da Autoridade Tributária Italiana”, lê-se no comunicado divulgado esta segunda-feira pela empresa.

Em dezembro, a empresa assinou um acordo com as autoridades fiscais para deslocar a holding do Grupo Prada do Luxemburgo para Itália. Segundo fontes próximas do processo, citadas pelo Financial Times, Bertelli e Praga terão pago 400 milhões de euros às autoridades na altura, que deveriam ter posto um ponto final no assunto. Salvatore Lampone, responsável pela Autoridade Tributária Italiana, tinha avançado, nessa ocasião, que se o casal pagasse todos os impostos voluntariamente, não seria necessário avançar com a investigação.

Esta não é a primeira vez que os executivos de marcas de luxo são investigados pelo Fisco italiano. Em março de 2013, a polícia apreendeu mais de 46 milhões de euros em ativos de executivos ligados à marca Bulgari, também por suposta evasão fiscal. Já em 2014, foi a vez da dupla de designers Domenico Dolce e Stefano Gabbana, fundadores da Dolce & Gabbana, serem condenados a 18 meses de prisão por não terem entregue 40 milhões de euros em impostos de uma das suas empresas. A acusação tem sido negada por ambos.

Este levantamento das autoridades italianas segue as novas normas de “divulgação voluntária” no país, que pretendem encorajar as empresas a voltarem de paraísos fiscais como o Luxemburgo ou Suíça e a ingressarem no regime fiscal italiano.

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